Fuga para o Jardim
Stella Ferreira
Eu sorri, devolvendo o brinde, a taça de champanhe pressionada contra meus lábios, não bebi. Não podia, mas fingi bem. Por dentro, minha mente girava em turbilhão de emoções.
Eu estava confusa com as palavras de Dante. Ele era um enigma para mim. Uma hora ele parece distante, frio, falando de contratos e riscos. Em outro momento, ele está radiante, me chamando de "minha vida" e me exaltando como a única mulher capaz de "acalmar" o predador. Não consigo acompanhar.
Eu que somente quero negar que tudo faz parte do seu personagem, um cumprir de uma atuação de gala. Quero acreditar que aquele beijo na piscina foi mais real do que qualquer cláusula, que a preocupação na clínica era sincera, e que o ciúme que ele demonstrava em relação a Eva era, no fundo, uma prova de que ele me valorizava de alguma forma humana.
Mas a verdade era que não estávamos bem, longe disso. Tínhamos brigado terrivelmente há poucas horas, e a única coisa que nos unia ago