Capítulo 30 — O grunhido
Narrador:
Cleo não aguentava mais. Não conseguia fingir, não conseguia respirar, não conseguia continuar rodeada de vozes que não sabiam de nada. Poucos minutos depois de ver Nero desaparecer com Romina, suas pernas se moveram sozinhas, a urgência a empurrou pelos corredores com o coração na boca. Subiu as escadas com o pulso acelerado e virou-se no momento em que o som a atravessou como um raio. Era um grunhido, um grito, áspero, cru. Saído do fundo do peito dele. Não era um suspiro nem uma palavra. Era o gemido final de um orgasmo forte, poderoso, arrancado do corpo à força. E ela o reconheceu. Sentiu o estômago se contorcer, o coração bater contra as costelas e um calor violento e instantâneo entre as pernas.
— Não... — sussurrou, apavorada consigo mesma.
Era o quarto de Nero. Ela estava bem em frente à porta. E ele tinha acabado de gozar. Imagens passaram pela sua cabeça como relâmpagos: a boca dele entre as suas pernas, a língua dele torturando-a sob a ma