A noite em Sant’Elisa era um convite à perdição. O vento arrastava consigo murmúrios de segredos não ditos, e Valentina sentia o peso de um deles queimando sua pele.
A dúvida ainda latejava em seu peito desde o encontro com Leonardo. As imagens de Gabriel e Isabella juntos não saíam de sua mente, mas agora não se tratava apenas de ciúmes.
Se tratava da verdade.
E Valentina estava determinada a encontrá-la, custasse o que custasse.
A primeira pista veio de um descuido.
Naquela manhã, Gabriel saiu apressado. Não a beijou, nem a olhou nos olhos como antes. Havia algo nele… uma tensão no maxilar, um receio mal disfarçado.
Valentina esperou até a porta fechar e, pela primeira vez, fez algo que nunca havia feito: procurou por respostas nas coisas dele.
Seu coração martelava enquanto revirava gavetas, pastas, bolsos de casacos.
Até que encontrou.
Uma chave.
Pequena, prateada, com uma inscrição no metal: C.V. 267.
Seu estômago revirou. Aquilo parecia a chave de um cofre.