A tarde estava nublada, o vento sussurrava entre as árvores que cercavam a praça do convento. Gabriel estava encostado em seu carro, observando a fachada do edifício sagrado. Seus pensamentos estavam dispersos, divididos entre os negócios que vinham acumulando problemas e a figura de Valentina, que insistia em invadir sua mente como uma tempestade silenciosa.
Ele inalou profundamente o ar fresco, como se isso pudesse clarear sua confusão, mas foi interrompido por uma presença inesperada. Irmã Amélia estava ali, parada a poucos metros, seu olhar severo cravado nele. Gabriel arqueou uma sobrancelha, surpreso pela ousadia da freira.
— Veio rezar por mim, irmã? — perguntou, com um sorriso de canto que carregava mais ironia do que gentileza.
Amélia cruzou os braços, permanecendo imóvel.
— Não estou aqui para preces. Estou aqui para falar sobre Valentina.
Gabriel deixou escapar uma risada baixa.
— Sempre ela, não é? Parece que todos nesse convento vivem em função dela.
Amélia d