A noite estava fria, e Gabriel, sentado em um bar discreto na periferia da cidade, girava o copo de uísque nas mãos, perdido em pensamentos. O lugar era pequeno e vazio, exceto por ele e outro homem sentado à sua frente. Este era Raul, um amigo de longa data, alguém que conhecia o Gabriel antes de todo o poder e ambição.
— Nunca imaginei que te veria assim, Gabriel — disse Raul, recostando-se na cadeira e cruzando os braços. — O que está acontecendo com você?
Gabriel riu, mas era um som vazio.
— Talvez eu esteja perdendo o controle.
— Não, isso não é do seu feitio. Você sempre tem controle de tudo, até do que sente.
Gabriel inclinou-se para frente, o rosto tenso.
— É aí que está o problema, Raul. Não tenho mais controle.
Raul arqueou uma sobrancelha, intrigado.
— Isso tem a ver com o convento? Ou... com alguém de lá?
O silêncio de Gabriel foi resposta suficiente. Raul riu, balançando a cabeça.
— Então é isso. Você, Gabriel Moretti está mexido por uma mulher.
— Não