Seant era uma cidade muito bonita, e com a chegada do inverno o frio começava a vir com mais intensidade, entretanto, o sol continuava no sol queimando mesmo na frieza qualquer pele que ousasse se expor.
Foi calmo prestando atenção no trânsito e deixando que a mulher admirasse a beleza da cidade, sabia que ela gostava disso. Tudo que podia fazer para o dia dela começar bem, ele fez a deixando prontamente na entrada do seu prédio e seguindo para o mais longe possível. Agora a responsabilidade era de outras pessoas. Seguiu firme por aquele andar e subiu para sua sala. O corredor até ela era extenso, mas o suficiente para se ver longe de todas as outras pessoas presentes naquele lugar. Ter um andar apenas para sua sala foi sua única exigência quando assumiu os negócios da família. Quanto menos gente pudesse ver, melhor para sua mente criativa e elegante. Passou por sua sala encontrando a assistente diante da mesa. — Eu preparei seu café – Laissa olhou para uma mesa de posta no meio da sala. Isso era bom, pois durante foi durante o café da manhã que teve sua semana inteira fracassada com poucas palavras e muitos papeis. Virou em direção a mesa e Mariane correu para aparar a bolsa que a outra carregava junto ao chapéu que foi apenas largado no ar. — Cancelei toda sua agenda hoje com os clientes menos importantes, mas não consegui desmarcar o jantar com sua amiga. Ela deixou claro que viajará amanhã ao meio dia. – Parou do outro lado apenas para assistir Laissa. A elegância em sentar de lado e arrumar seus cabelos antes de buscar pela xícara e uma pitada de açúcar. Em cada pulso uma pulseira que custava no mínimo a sua casa e o carro que comprou após três anos economizando, em seus dedos apenas um anel com uma esmeralda maior que os olhos da dona e nas orelhas esmeraldas em três tamanhos formando uma corrente de cima para baixo, tão elegante e luxuosa para uma manhã escura na vida dela. E claro, o usual conjunto negro tal como sua alma. — James… – O corpo de Laissa travou. Devagar, devolveu a xícara para seu lugar e encarou a mulher do outro lado — Chegou no horário e já foi embora. Assinou todos os documentos e o contrato de confidencialidade com uma multa milionária caso toque em seu nome. — Ótimo. – Ergueu-se outra vez e desfilou pela sala chegando às janelas de vidro. — Ele disse alguma coisa? — Não senhora. Veio em silêncio e se foi. — Mariane… Eu não gosto de mentiras, você sabe disso e não quero ter que demitir outra pessoa hoje – a voz era tão fina como uma pena, delicada como algodão, mas tão ameaçadora quanto uma arma apontada em sua cabeça. — Ele a chamou de louca – Contou de uma vez, Laissa girou em direção a mulher — Disse que não faz questão de cruzar seu caminho porque quer distância. Que uma mulher linda como a senhora não deveria maltratar homens para seu prazer. E desejou que todo sofrimento que o fez passar, volte em dobro para seus ombros. — Maltratar? – Ela caminhou de volta para o sofá juntando as pernas ao sentar — Eu não maltratei aquele homem, eu o puni como era merecido. Que tipo de pessoa ele é? Não foi capaz de agradecer por ter sido leve com ele. — A senhora usou algemas. — É algo normal. Não vejo problemas nisso – Pegou seu café. — Usou fogo para queimar as feridas. — Ele tinha uma palavra de segurança. — Feridas que a senhora abriu com um chicote. — CHEGA! – A garota se esquivou quando outra xícara foi arremessada em sua direção. — Vou visitar um novo prédio para uma possível compra. Avisou ao ficar de pé, calma, elegante, fina e seguiu para a mesa buscando suas anotações e enquanto caminhava para a saída, recebeu o chapéu e sua bolsa de volta ao pé da porta. — Ah e… encontre outro. – Sorriu para Mariane que engoliu a seco. — Outro prédio? — Um Submisso. Um bonito, forte, quero na minha casa amanhã pela manhã. — Amanhã de manhã a senhora tem que escolher modelos para uma campanha de moda íntima. A agência organizou um desfile. – A chefe a olhou dos pés à cabeça antes de colocar seus óculos. — Então amanhã antes da lua tomar o lugar do sol. E deu as costas deixando uma mulher desesperada para trás. O olhar calmo de que estava tudo sob controle mudou no instante em que as portas do elevador tiraram Laissa do seu campo de visão. Voltou para a sala da mulher procurando dentre todas as bebidas mais forte para lhe servir e beber tudo de uma vez para ver se morria com uma única dose. — É, não foi dessa vez. Que saco. Meu jashin, eu vou morrer não é? Me leva logo de uma vez porque não aguento mais.