― Bolacha, onde está o meu sapato? ― Ele pergunta e isso me causa um tipo de euforia que percorre todos os meus pelos, fazendo a minha calda balançar com um ritmo gostoso. Até parece que o meu rabo ganha vida própria e ele logo começa a se jogar pra lá e pra cá. Seguro um latido alto, em um claro desafio e me encolho atrás da cortina grossa. ― Bolacha, isso não tem graça, eu preciso ir trabalhar! ― O humano resmunga, olhando debaixo do sofá. Seja lá o que for esse negócio de trabalho, soa muito chato. Esses humanos pensam o tempo todo que precisam ir trabalhar, ou que precisam isso, e que precisam aquilo. Eles sempre tem algo para fazer. O fato, é que eu gosto desses seres de dedos longos, que andam em duas patas e que não tem um rabo. Mas isso não quer dizer que eles não ficam alegres ou felizes, porque demostram esses sentimentos através de sorrisos brancos