Juliana Alcântara
No meio da madrugada, o Arthur acorda. Sento-me para amamentá-lo e preciso ir até o outro quarto para trocar sua roupa, já que o danadinho acabou me sujando. Tenho sorte de o Lucas não ter invadido o quarto, insistindo para dormir comigo.
Separo todos os produtos necessários para limpar meu filho. Limpo-o com cuidado, troco a roupa suja e a coloco no cesto do banheiro antes de voltar. Sento-me na poltrona e tento fazê-lo dormir de novo, mas ele parece sentir que algo está errado e chora muito. Finalmente, ele se acalma mamando. Lembro-me de tudo o que o Lucas me disse. Saber que foi ele quem me machucou daquela forma dói profundamente.
Ele cresceu conosco, e ver que sua mente está tão doente a ponto de acreditar que eu o aceitaria depois de tudo… que eu o deixaria ser o pai do meu filho… é de uma insanidade. Arthur já tem pai, e sempre será o Cláudio. Isso nunca vai mudar.
— Desculpa, pequena, só ouvi o choro dele agora. Se não, teria levantado antes para te ajudar —