Bianca Fagundes
Ver minha filha desesperada, sem aceitar o que acontece com a cobra que a gerou, parte meu coração. Pego-a no colo, enquanto Edu nos envolve num abraço, tentando nos proteger de tudo. O choro da Helena é baixinho, seus olhinhos estão fechados. Meu noivo me ajuda a levantar, pega-a de mim e a segura com cuidado.
— Vamos, querida. Daqui a pouco estaremos em casa. Lá ela vai dormir melhor do que aqui no sereno. — Olho para o rosto da minha filha, sua expressão vai ficando mais suave.
Dou um beijo em sua testa e deixo que ele a carregue.
— Edu, seja sincero comigo… existe a possibilidade? — Não consigo nem completar a frase.
Primeiro, porque dói imaginar que ela possa conseguir tirá-la de nós. Segundo, porque não quero que Helena ouça. Mas a resposta dele corta meu coração: ele apenas concorda com a cabeça.
— Farei de tudo para que ela não fique perto da gente. Mas depende do juiz e da assistente social. Infelizmente, mesmo quando a genitora não tem nenhum valor, eles aind