Vanessa Díaz
Sinto a claridade no rosto, uma mão em meu seio esquerdo e uma perna encaixada entre a minha livre e o gesso. Me dá vontade de que ele me vire do avesso e me faça dele novamente, mas do jeito que estamos é difícil fazer qualquer coisa. Levanto-me devagar e saio da cama para ir ao banheiro. Por alguma obra divina, ele não acorda. Faço tudo o que preciso e escolho um vestido para vestir. Decido descer para pegar um copo d’água para o meu remédio.
Chegando ao andar de baixo, dou de cara com várias mulheres com a Carol. Quando me vê, ela me ajuda a sentar para tomar café. Apresenta-me suas amigas e começamos a conversar sobre tudo o que aconteceu e como ela está nos ajudando a recuperar meu menino. Resolvo contar toda a história para ela, e ela ouve atentamente, calada, cada detalhe.
Quando menciono o que lembro do meu pai, sua atenção aumenta ainda mais. Sei que ela não precisa do que ele escondeu, mas a história é curiosa e desperta a vontade de se envolver nessa busca.
— Q