Capítulo 51 – Sombras e Sussurros
A manhã chegou como uma lâmina afiada.
Ana acordou com o corpo dolorido e os sentidos confusos. Ainda sentia o toque de Kael queimando sob sua pele, como brasas que se recusavam a esfriar. A marca dele em sua clavícula ainda pulsava, viva, latejante, como um segundo coração. Ela fechou os olhos, lembrando da noite anterior — da possessividade selvagem, da dor deliciosa, da sensação de pertencer.
Mas algo estava diferente.
Um arrepio percorreu sua espinha. Uma presença.
— Você acordou.
A voz veio do canto escuro do quarto, fria como gelo quebrando. Ana se sobressaltou, puxando o lençol até o peito.
Riven.
Ele estava encostado na parede, como se fizesse parte das sombras. O olhar prateado, tão parecido com o dela, estava fixo em seu ventre.
— Sabe o que está crescendo dentro de você, não sabe?
— Você não devia estar aqui. — Ana sussurrou, tentando manter a voz firme. — Kael vai...
— Kael está cego. — ele a cortou. — Cego de desejo, de raiva, de instinto