As mãos de Isabela tremiam ao segurar a carta. O papel envelhecido tinha o perfume suave que sua mãe usava — jasmim com algo adocicado. Ela passou os dedos delicadamente sobre o envelope, como se pudesse, de algum modo, sentir o toque materno através da textura áspera.
Leonardo observava em silêncio, respeitando o momento. Havia aprendido, ao longo dos meses, a não preencher os silêncios que não lhe pertenciam.
— Você quer ficar sozinha? — ele perguntou, suavemente.
— Não... — disse ela, engolindo em seco. — Se tem alguém que merece saber tudo isso comigo, é você.
Ela quebrou o lacre da carta com cuidado. O papel estava repleto de palavras escritas à mão, a tinta levemente desbotada, mas ainda legível. A caligrafia elegante parecia deslizar pelas linhas com urgência e emoção.
“Minha filha,
Se você está lendo esta carta, é porque finalmente chegou o momento de saber toda a verdade…”
Isabela leu em voz alta, tentando manter a respiração sob controle.
“…A vida nem sempre me permitiu faze