Os dias seguintes se desenrolaram com uma cadência diferente, mais suave. Como se o universo, de alguma forma, tivesse diminuído o volume das exigências para permitir que algo mais delicado florescesse. Ethan não forçava palavras. Ema não erguia mais tantas barreiras. E entre eles, o silêncio se tornava menos uma defesa e mais uma ponte.
Na sede da empresa, os corredores já sussurravam mais do que diziam. Sorrisos discretos surgiam nos rostos de alguns funcionários ao ver os dois cruzarem juntos o saguão, lado a lado, como se os anos de tensão tivessem sido apenas um prelúdio mal interpretado.
Joice notava tudo, claro. Sem se intrometer. Mas com os olhos atentos de quem protege Ema como uma sombra fiel. Já Lucca… ele era menos discreto.
— Você já pensou em sorrir menos, chefe? — disse ele, em tom leve, ao ver Ethan quase tropeçar de tão distraído, observando Ema de longe enquanto ela conversava com Caio D’Ávila na recepção.
— Não começa, Lucca — resmungou Ethan, ajustando o colarinho