99. UMA ALIADA INESPERADA
VALERIA
Pensei na possibilidade de que ele tirasse essa pesada corrente do meu tornozelo, parecia estar encantada e era o que drenava toda a minha energia.
Não tive sorte, ele não me libertou, mas nossos passos nos levaram até as portas duplas de vidro que davam para uma pequena sacada.
Meus olhos, espantados, observaram a noite.
Parecia estar no alto, em um castelo antigo, sobre uma montanha cercada de neve e um lago congelado.
À distância, as muralhas escuras se erguiam em meio a um ambiente frio, envolto por uma névoa densa e sombria que cobria o céu.
— Já que está admirando a vista, por que não dá uma olhada nos nossos convidados na praça? — ele sussurrou ao meu ouvido, segurando minha cabeça enquanto meu cabelo negro ondulava com o forte vento das alturas, assim como o fino camisão que não me protegia do frio intenso.
— Não... não... — balbuciei, ao olhar para baixo e ver, muito distante, uma ampla praça de pedra cercada pelas muralhas.
Lá estava Celine, amordaçada e com os braço