100. POR AMOR
VALERIA
— Quem… quem é você? – Levantei-me imediatamente, um pouco cambaleante.
A verdade é que não tinha medo dessa pequena idosa, que mal chegava à altura do meu peito, mas de onde ela surgiu tão de repente?
— Venha, venha, não se assuste, você sabe que eu não vou machucá-la. Deite-se na cama, o chão está muito frio, você pode pegar um resfriado – disse ela, empurrando-me gentilmente para a enorme cama, abrindo o edredom para mim e depois me cobrindo delicadamente.
Eu me sentia como uma criança pequena novamente e, enquanto observava suas costas, vi quando ela foi até a lareira para colocar mais lenha, aquecendo o quarto gelado.
Algo nela, em sua aura, me fazia ter vontade de chorar. Lembrei-me das palavras que li no último altar.
Será ela quem me chamava de pequeno corvo?
— Sou eu mesma – respondeu, virando-se finalmente e sorrindo. Ela voltou para a cama, subiu e sentou-se ao meu lado.
— Você é minha ama? Por que sabe meu nome e me chama de princesa? Por que me chama de pequeno co