NARRADORALogo, o rosto de Wallace começou a ficar vermelho… depois roxo.Seus pés se balançavam no ar, e nem conseguiu se transformar em lobo.Foi girado à força para finalmente encarar a criatura que agora era seu carrasco… e soube que não tinha mais salvação.Com os olhos arregalados, se engasgando e com espasmos involuntários pelo corpo, o futuro Alfa foi enforcado sem piedade.Memento ainda não saía do choque.—William… é verdade… o Rei… o Rei está aqui… —balbuciava nos braços do filho.—Sim, pai. Mas ele diz que não é o Rei… tem coisas complicadas que eu não entendo —William dizia enquanto ajeitava a saia que um dos seus homens lhe entregou.De repente, toda a matilha começou a se ajoelhar.Quem mais, se não o Rei, podia ter uma presença tão impressionante?Khalum sentia dor de cabeça.Largou o corpo inútil daquele idiota e olhou pra ter certeza de que Lyra estava bem.Rei ou seja lá o que fosse… ele não se importava.Caminhou até sua loba e a pegou nos braços. Olhares curiosos
NARRADORA«O próprio companheiro Alfa a cheirou com nojo. Todos deram um passo pra trás, olhando pra ela como se já não fizesse mais parte da matilha.Expulsa, a loba se escondeu em outra parte da selva impenetrável pra dar à luz seus filhotes.Lyra a escutava gemer, com uma dor extrema. Sangue escorria das patas traseiras, manchando o pelo branco.Não nasceu uma ninhada. Todo aquele esforço foi pra dar vida a apenas um filhote.E foi incrível: assim que o lobinho saiu do corpo da mãe, começou a se transformar… virou um bebê humano.Chorando desesperado, até que as lambidas quentes da mãe limparam seu corpinho.Aquela pobre loba não sobreviveu ao parto e deixou, no meio do nada e do perigo… um filhote de lobisomem.Como podia ser, se ela era uma loba selvagem?… Será que o poder que ela absorveu transformou o filhote em lobisomem?Lyra não teve dúvidas: aquele bebê, que nenhum predador devorou e que foi encontrado pelo curandeiro do Vale Fértil, era seu companheiro. Drakkar.»*****—Ly
NARRADORA—Lyra, querida! Só achei melhor dar um espacinho pra reunião de família —Lavinia se aproximou e abraçou mesmo assim.—Mas você já é da família… não é só uma amiga, né?Lavinia quase se engasgou com o sorriso nos lábios, parada feito uma boba na frente de Lyra e ao lado de Laziel, que também a olhava com um ar de diversão escondida.—Eu… bom, sinto muito por… enfim, você sabe… Ah, quer saber?! —explodiu de repente, cansada de fingir feito uma adolescente flagrada no flagra.—Trans**ei com seu irmão esquisito e gostei tanto que viramos companheiros! Feliz agora?Todo mundo congelou com o ataque de sinceridade de Lavinia, e isso que só Lyra tinha dado uma pressionada leve.De repente, uma risada grave e magnética —que só ela tinha ouvido antes— ecoou pelo salão.—Pelos céus… meu irmão sabe rir? Nunca vi tanto dente assim, nem quando era bebê! —Lyra estava pasma.Drakkar, ao lado, só pensava que ainda bem que eles eram irmãos.Aquele macho rindo daquele jeito… ficava até mais bo
NARRADORAAgora ela estava muito mais afiada e poderosa.Saíram do palácio em silêncio, deixando ordens para que ninguém, sob nenhuma circunstância, perturbasse os aposentos reais.—Sinto que está mais pro fundo da selva —disse a feiticeira, apontando para uma área escura sob a sombra das árvores gigantes.—Tem animais perigosíssimos lá dentro. Eu vou na frente —Drakkar se transformou na hora em sua forma de guerra.Lavinia o observou em segredo, impressionada.Mesmo com tudo que Lyra lhe disse, ela sempre achou que Drakkar era um filho perdido de Eryon.Afinal, ninguém nesse continente tinha evoluído sozinho até virar lycan. Mas agora que via com os próprios olhos… eles não se pareciam em nada.Na verdade, com todo o poder que absorveu, Drakkar praticamente precisava empurrar as árvores pra poder passar.Seus passos deixavam marcas profundas na terra úmida, e sua aura selvagem e dominante se espalhava por quilômetros, afastando qualquer ameaça.As bestas abaixavam a cabeça ao vê-lo p
NARRADORA—Mamãe, você também tava lá? Hehe... E o papai, também veio? —Lavinia perguntou pra morena peituda que vinha toda preocupada feito uma galinha atrás do pintinho.Tentou se soltar da mão de Laziel ao redor da cintura, mas ele estava colado nela como cola, mesmo com Sigrid brigando com ele de um lado, entre gritos histéricos e beijos nas bochechas geladas.—Sim, tô aqui, Lavinia. E já vi que vocês não perderam tempo nessa “viagem”.A voz de Elliot soou áspera ao aparecer no vórtice.Os olhos congelantes dele estavam cravados na mão de Laziel na cintura da filha.Lavinia queria se enfiar num buraco... será que conseguia invocar um portal agora mesmo e sumir?Elliot bufou encarando o neto do Rei. Sabia muito bem que aquele Nocturne tinha pensamentos pervertidos com sua Lavinia.Iam acertar as contas em casa.Enquanto Katherine examinava sua filhote e Sigrid corria até a dela depois de encher Laziel de beijos, Silas passou andando ao lado do filho.“Você fez bem em cuidar das fêm
NARRADORALyra rugiu ao sentir que ele soltava sua mão de repente e foi lançado no ar, caindo com um baque surdo sobre a grama.—¡LYRA! —ele rugiu, levando a mão ao peito onde sangrava. Doía, mas não mais do que ver seus pesadelos virando realidade.Ele olhava desesperado para o vórtice, achando que ela os tinha deixado para trás. Khalum uivava, chamando por sua companheira.—Calma, amor, eu voltei… eu voltei —Lyra correu até ele e foi abraçada com força.—Não, não, deixa eu ver o seu ferimento…—¡Eu não consigo passar, não consigo te seguir até sua casa! ¡Isso não vai me deixar ir! ¡¡Essa coisa não vai me deixar sair!!Ele rugiu, rasgando ainda mais o peito em agonia.Lyra jamais se separaria de sua família, e ele entendeu isso no momento em que tocou a barreira: o “Coração da Besta” não podia deixar esse continente.—Papai… vovô… —Lyra olhou com os olhos cheios de lágrimas para os mais velhos.Aldric não entendia muito do que estava acontecendo ou de magia, mas viu todo o amor nos ol
NYX—Aaahh!Um grito me fez despertar de repente, esticando as costas enquanto eu estava sentada num canto escuro.Pra falar a verdade, já estava na hora de sair do meu esconderijo.—O que foi, Mora? Ssshh... abaixa a voz... o príncipe hoje tá de péssimo humor —ouvi duas criadas entrando no depósito.—Parece que tem ratos, encontrei uns cabinhos de fruta —torci a boca.Obviamente, o rato clandestino era eu mesma.O pior é que elas saíram correndo dizendo que iam chamar os guardas.Era a hora de sair.—Maldita seja —rosnei ao ver que a porta de saída estava trancada.Olhei em volta.Era um porão, então não havia janelas numa inspeção rápida.Caminhei depressa até uma lareira no canto.Espiei pelo buraco, olhando pra cima.Levava pra outro cômodo ou talvez pro lado de fora.—Venham verificar e não deixem escapar nem uma!Os passos se aproximavam, seguidos de vozes agitadas.Convoquei minha magia e flui como névoa pela passagem estreita da chaminé, subindo pra um lugar desconhecido.A vi
NYX"Meu nome é Isabella. Vejo que você é uma viajante de outro continente."Fiquei surpresa com as palavras dela."Assim como você, um dia também entrei em outros mundos," ela disse, torcendo a boca com sarcasmo."Digamos que não deu muito certo... Mas essa não é a razão pela qual te trouxe pro meu mundo interior.""Então precisa me explicar logo," falei num tom um pouco frio, preocupada com os acontecimentos estranhos.Ela me contou muitas coisas—algumas nem entendi direito—mas no final, o que ela realmente queria de mim, me deixou meio perplexa."Você quer que eu viva dentro da sua consciência e use minha magia pra te ajudar a levantar e continuar vivendo?" perguntei com incredulidade.Quem é que queria ser “parasitada” por outra pessoa? Mesmo estando nas últimas..."Eu sei que parece loucura… mas faço isso por causa do meu companheiro… Eu preciso de tempo pra me despedir dele… Nyx, eu te imploro..."Ela disse meu nome, que revelei quando nos apresentamos."Não, não, o que tá fazen