143. A COROA É NOSSA
CELINE
Cerrei os dentes quando as pontadas de dor atravessaram meus sentidos, mas aguentei.
Não seria a primeira ferida grave que eu enfrentava.
Quinze minutos depois, quando Laila terminou, eu estava coberta de suor.
Minhas roupas colavam ao corpo, e eu havia machucado o lábio inferior de tanto mordê-lo, mas era verdade que a dor aguda inicial havia diminuído.
— Você deve deixar isso por alguns dias, e vai cicatrizar. Não se preocupe — explicou ela, limpando a testa com cansaço.
— Muito obrigada, Laila. Não sei como vou te pagar...
— Eu só estou devolvendo a generosidade que você teve comigo — sorriu, e retribuí o sorriso por cortesia.
— A propósito, descanse bastante, Celine. Hoje à noite passaremos perto do lugar para onde você quer ir. Precisa estar pronta para correr para a floresta.
Assenti, agradecendo mais uma vez. Terminei o caldo e me deitei para esperar minha oportunidade, enquanto a caravana seguia caminho, com o som das rodas rangendo sobre a terra.
Laila ficou comigo por