MADISSON
O som da chuva do lado de fora preenche o ar entre nós
O carro corta a estrada com agilidade, mesmo com a estrada cheia de buracos e lama. Observo o reflexo das luzes piscando no vidro, se distorcendo com a chuva. Kael segura o volante com força, os nós dos dedos brancos, o maxilar travado. Ele não diz nada há quase dez minutos.
Quase dá para ouvir o que ele está pensando.
Mas ele é bom em erguer muros.
Eu me ajeito no banco, tentando disfarçar a inquietação. Não é só a tensão no ar; é o peso do que me trouxe até aqui. Eu precisava vir. Precisava ver minha casa, por mais perigoso que isso fosse. Se há alguma pista sobre minha mãe e minha irmã, está lá.
— Eu ainda acho que isso é uma péssima ideia — ele murmura, quebrando o silêncio quando vira para estacionar na parte de trás. Decidimos que era melhor no caso de alguém chegar. Kael disse que ele está vivendo aqui.
A casa está exatamente como eu a deixei, exceto pelo vazio. As janelas fechadas, o jardim que já não tem cor. El