O REI ALFA QUE ME ACEITOU
O REI ALFA QUE ME ACEITOU
Por: Lika
01

— Papai, me dê um cavalinho! — Eu ri, pulando nas costas do meu pai enquanto ele estava no meio de uma conversa com alguns alfas.

— Pare com isso, Rarity! Estamos no meio de uma reunião — meu irmão mais velho, Príncipe Drew Armor, me repreendeu brincalhão.

Eu encolhi um pouco, mas não pude me conter; era simplesmente muito divertido! Felizmente, meu pai veio ao meu resgate, rosnando, — Drew, nunca fale assim com sua irmãzinha, nunca. — Ele disse com tanto amor e proteção.

Eu mostrei a língua para Drew brincando, e meu pai riu antes de me colocar gentilmente em suas costas. — Pequena Rarity, ficarei feliz em te dar um cavalinho, e podemos brincar o dia todo juntos, mas agora preciso terminar minha reunião. Você pode ser paciente e esperar por mim? — Ele perguntou com um sorriso caloroso.

Eu assenti entusiasticamente, — Sim, papai, posso esperar! Mas tenho algo para te perguntar. Eu quero começar a treinar com... — Antes que eu pudesse terminar, meu pai interrompeu com um sorriso sabedor.

— Ah, minha princesinha com grandes sonhos! Você não precisa se preocupar em treinar como uma alfa por enquanto. Você já é tão especial, e um dia, será uma rainha. Todos os lobisomens em nossa matilha e em todo o reino ficarão felizes em te proteger. — Ele segurou carinhosamente minhas bochechas, e me senti tão segura em seus braços.

Eu sorri para ele, me sentindo tão sortuda por ter um pai como ele. Ele sempre soube como me fazer sentir amada e estimada. Com um beijo suave na minha bochecha, ele disse, — Agora, seja uma boa menina e espere por mim aqui, okay? —

— Sim, papai! Eu te amo! — Eu disse, abraçando-o apertado.

— Eu também te amo, minha doce Rarity, — ele respondeu.

Eu o amava tanto, mesmo que não tivesse muito tempo para conhecer minha mãe. Ele me disse que ela morreu quando eu era muito jovem. Eu não entendia naquela época, talvez porque eu tinha apenas 12 anos.

Eu apenas assenti, tudo o que entendi de suas palavras foi que eu era uma princesa, e tudo que eu tinha que fazer era me divertir, e meus irmãos mais velhos e a matilha deveriam me proteger.

Meu outro irmão mais velho, Drake Armor, disse em um tom irritado comentando as palavras de meu pai, — Vossa Alteza, você está mimando ela demais. Ela precisa de treinamento regular. —

Meu pai rugiu e lançou olhares mortais para Drake — ela é sua irmãzinha, lembre-se dessas palavras. Você tem que me prometer que vai cuidar dela após minha morte. — Ele olhou por um tempo para Drake, que olhou de volta confuso, desviando os olhos para meu irmão Drew. Então ambos disseram na mesma respiração, — Claro pai, vamos obedecer ao seu desejo. Rarity é nossa irmãzinha e nossa princesinha. Vamos cuidar dela e protegê-la em nossas vidas. —

Enquanto meu pai se levantava gentilmente e me colocava no chão, eu imediatamente notei a palidez em seu rosto, e isso me preocupou. Ele não parecia bem, e isso me apertou o coração. Meu apego a ele era inestimável; ele significava o mundo para mim.

— Papai, o que há de errado com você? — Eu implorei com olhos cheios de lágrimas, meu coração batendo com medo e desespero.

Ele tentou forçar um sorriso tranquilizador, mas falhou, traindo a dor que estava escondendo. — Estou bem, querida, não se preocupe, — ele respondeu, sua voz tensa.

Eu sabia que ele estava mentindo, e meu instinto torceu de preocupação. Havia algo terrivelmente errado, e me aterrorizava ver meu pai forte e amoroso reduzido a esse estado vulnerável. O peso em seu peito parecia esmagá-lo, e eu podia sentir seu sofrimento profundamente dentro da minha alma.

— Não, papai, você não está bem! — Eu gritei, segurando sua mão trêmula, esperando que meu toque de alguma forma o curasse.

Eu olhei em volta para os Alfas, meus irmãos mais velhos, em busca de ajuda ou compreensão, mas eles me empurraram friamente como se eu fosse um incômodo.

Então, aconteceu — um momento angustiante que despedaçou meu mundo em pedaços. As pernas do meu pai cederam, e ele desabou no chão frio e duro. O pânico me dominou enquanto eu o via cair, seu corpo tremendo de dor, e eu não conseguia compreender por que ninguém estava correndo para ajudar.

Eu gritei horrorizada, — Papai! —

As lágrimas borraram minha visão enquanto eu tentava alcançá-lo, abraçá-lo, de alguma forma tirar seu sofrimento. Mas me senti impotente, congelada no lugar, como se o tempo tivesse desacelerado para me torturar ainda mais.

— Papai, por favor, alguém o ajude! — Eu solucei, minha voz engasgada de angústia, mas meus gritos desesperados pareciam cair em ouvidos surdos.

Os Alfas ao nosso redor permaneceram distantes, indiferentes à situação de meu pai, e o mundo parecia um abismo cruel e escuro.

Me senti invisível, insignificante, naquele momento de caos absoluto. Enquanto meu coração clamava por alguém, qualquer um, para vir em seu socorro, fiquei sozinha para testemunhar sua dor e vulnerabilidade. O peso das minhas emoções pesava sobre mim, e parecia que o chão sob mim também estava cedendo.

Como se estivesse suspenso em um pesadelo, lutei para entender por que ninguém se importava, por que ninguém corria para ajudar o homem que não era apenas o rei, mas o pilar de amor e proteção em minha vida. Meu pai, que sempre esteve lá para me levantar e me abraçar, agora estava deitado no chão, fraco e indefeso.

— Papai, fique comigo! Por favor, fique comigo! — Implorei, minha voz se quebrando a cada palavra. Mas ele estava se afastando, e eu não conseguia suportar a ideia de perdê-lo. A dor em seu peito parecia refletir a dor em meu coração, e eu sentia cada grama de seu sofrimento como se fosse meu próprio.

Gritei por alguém, qualquer um, para se importar, para vir ao nosso resgate, mas parecia que estávamos todos sozinhos neste mundo frio e indiferente. O quarto estava cheio de um silêncio assustador, quebrado apenas pelos meus soluços dilacerantes e súplicas desesperadas.

— Papai, eu te amo! Não me deixe! — Gritei, minha voz crua de tristeza, mas o silêncio persistiu.

Naquele momento de desespero e abandono, meu mundo desabou diante dos meus olhos. Me senti como uma criança indefesa perdida em um vazio vasto e escuro.

Os gritos e lágrimas ecoaram em minha alma, reverberando com a agonia de uma princesa desolada que sentia que não pertencia mais ao seu próprio reino.

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