O Preço do Poder.
O Preço do Poder.
Por: Anny Lago
🎭 Prólogo. 🎭

A vida é como um jogo de azar, onde quanto mais você ganha, mais você quer arriscar. Os limites se diluem, as apostas se tornam audaciosas e, quando percebe, a sede pelo poder domina você a ponto de arriscar o que há de mais valioso, tudo por mais uma chance, por uma nova tentativa.

Eu, Viena Santoro, herdeira de Eleanor Santoro, uma das mulheres mais implacáveis e calculistas da Itália, posso afirmar com convicção que absorvi os ensinamentos de minha avó. Com o tempo, desenvolvi meus próprios truques, mas o caminho até aqui não foi fácil.

Antes de ser acolhida por Eleanor, vivenciei uma série de situações, a maioria causada por mim mesma. Aos seis anos, testemunhei uma briga violenta entre meus pais. Eliza, minha mãe, atirou em meu pai a queima-roupa, alimentada por suspeitas de traição.

Um ano depois, meu pai foi fatalmente baleado por ela em outra discussão acalorada. Após a tragédia, fui enviada para viver com a irmã mais nova de minha mãe, uma mulher amarga e promíscua. Em meio ao caos, um dos amantes dela tentou me agredir, mas sua tentativa foi sua última ação, pois amanheceu morto na banheira.

Sophie, minha tia, foi presa pelo crime, embora estivesse ausente no momento do ocorrido. O destino dela estava selado pelas evidências deixadas para trás.

Após essa reviravolta trágica, fui morar com o irmão de meu pai e sua esposa. Ele sofria de transtorno bipolar, e sua esposa nutria um ódio profundo por mim, culpando-me pela escolha de meu pai em ficar com minha mãe biológica. Sob seus maus-tratos, encontrei refúgio na literatura e nos doces, até que um dia, em um acesso de fúria, eles tentaram me agredir e a casa pegou fogo, levando a vida dela e levando-o ao manicômio.

Após vagar por diferentes lares, fui acolhida por Eleanor, minha avó, uma mulher fria e calculista. Ela me ensinou a nunca abaixar a cabeça e a confiar apenas em meus instintos. Sob sua tutela, cresci em um ambiente de proteção extrema, preparando-me para assumir o império que ela construiu.

Aos quatorze anos, comecei a treinar autodefesa; aos quinze, aulas de tiro. Aos dezesseis, um colega teve seu braço quebrado em uma brincadeira de mau gosto. Aos dezessete, minha mãe biológica saiu da prisão, e tentei uma reconciliação, mas percebi que esperar algo civilizado dela era ilusão.

Brigávamos incessantemente, e ela insistia em me culpar pela morte de meu pai, como se eu tivesse puxado o gatilho.

Até que em uma fatídica noite, o álcool envenenou os sentidos do atual parceiro de Eliza, desencadeando uma briga violenta que culminou na porta do meu quarto sendo arrombada por ele. Eu o aguardei do outro lado, sentada calmamente em minha cama, um sorriso gélido adornando meu rosto enquanto uma arma apontava para sua têmpora. Não houve necessidade de mais palavras.

No dia seguinte ao saber dos acontecimentos por um de seus homens, Eleanor tomou uma decisão firme: Recusando-se a me deixar continuar naquele lugar ao qual Eliza chamava de lar. Ela ordenou que eu reunisse minhas coisas, e por fim, retornei para morar com ela na mansão da família.

O tempo avançou rapidamente, e hoje me encontro como uma das mulheres mais influentes de toda a Europa. Sou desejada, invejada e cobiçada por muitos, liderando o império que minha avó iniciou. Estou determinada a dar a ela o orgulho que suas próprias filhas não puderam proporcionar, pois sucumbiram às fraquezas das emoções.

Cortei os laços com minha mãe biológica há quase uma década, e sinceramente, não sinto falta dela. Estou em paz com essa decisão, focada em construir meu próprio legado e seguir em frente.

Imaginem estar no auge do poder e ainda assim ser tola o suficiente para confiar em alguém, fazer loucuras das quais eu se quer me lembro que fiz, apenas para acordar no dia seguinte casada com o neto do homem que minha avó mais odiava em toda a sua vida. Sim, consegui essa façanha e não me orgulho nem um pouco disso.

Hector Bianchi é uma das figuras mais influentes em toda a Itália. Sua pele bronzeada, cabelos negros e intensos olhos azuis o tornam um verdadeiro deus grego, o sonho de consumo de muitas mulheres e coincidentemente o alvo de inúmeros apelidos.

Porém, não nos suportamos. Mal podemos respirar o mesmo ar sem que um tente matar o outro. Então, muitos se perguntam como acabamos casados. A resposta? Nem eu sei.

Para piorar, o maldito contrato de casamento é irrevogável, então nos vemos presos em um jogo que carinhosamente apelidei de "Até que a morte nos separe".

Isso pelo simpes motivo de que a algumas semanas atrás, o desgraçado encomendou mais de trinta, isso mesmo TRINTA buquês de lírios brancos, enchendo meu escritório com essas flores, para muitos, um gesto fofo e romântico. Poderia ser, se eu não fosse mortalmente alérgica a lírios.

Ao entrar no escritório, quase tive uma crise alérgica, chegando à beira de uma parada cardíaca. No dia seguinte, após a limpeza do local, meu segurança particular e homem de confiança, Gaspar, entregou-me um pequeno bilhete que foi encontrado pelo pessoal da limpeza, com os seguintes dizeres.

"Para serem usadas em seu funeral, querida. Espero que queime no fogo do inferno meu amor.

Com carinho H.B"

Hector brincou com fogo ao me enviar aquelas flores, e se ele gosta desse tipo de jogo, quem sou eu para não dançar conforme a música?

Assino o pequeno cartão de cor preta e chamo meu assistente para que o mesmo possa enviá-lo.

— Evan, faça com que isso chegue até o apartamento de Hector, ponha a encomenda em nome de Yumi Yamazaki. Faça isso agora de preferência. — digo calmamente, tornando a focar nos papéis à minha frente.

— Certo Senhorita. — ele diz, pegando a caixa e saindo de minha sala. Deixando-me sozinha enquanto volto minha atenção para os documentos aos quais eu deveria revisar e assinar.

O pacote ao qual Evan levou continha um pequeno bilhete dentro. Bilhete esse que só pode ser descoberto após quem o receber comer uma boa quantidade.

" Espero que aprecie chocolates querido, comprei esta caixa apenas para você. Saborei cada um deles pois eu mesma me certifiquei de que será essa sua última refeição.

PS. Envie flores para o capeta Hector e aproveite de um oi a ele por mim, já que em breve você estará ao lado dele.

V.S"

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