por Milena
Cada respiração que eu dava parecia um grito sufocado, enquanto o pavor corria pelas minhas veias como veneno.
A floresta ao redor era uma presença viva, opressiva, um mar de sombras que me envolvia, tentando me engolir a cada passo.
As árvores se erguiam como gigantes ameaçadores, seus galhos como mãos prontas para me agarrar e arrastar de volta para o inferno de onde eu havia escapado.
Mas eu não podia parar.
Cada vez que meus pés tocavam o chão, era como se o próprio medo me impulsionasse, forçando-me a correr, mesmo quando minhas pernas tremiam de exaustão.
O ar frio era cortante, misturando-se com a dor que latejava nos arranhões deixados pelos galhos afiados.
O chão era irregular, cheio de raízes e pedras escondidas, e cada tropeço era um lembrete cruel de que eu estava a um erro de ser capturada novamente.
O pânico estava sempre à espreita, como um animal selvagem pronto para me devorar.
Eu corria como se minha vida dependesse disso, porque, de fato, dependia