Luísa
Já fazem quatro meses desde que decidimos parar de evitar. Não foi nada planejado com datas, nem tabelas ou calculadora de ovulação. Apenas paramos de evitar. Combinamos que se acontecesse, seria lindo. Que estávamos prontos. Mas aqui estou eu, mais uma vez, dentro do banheiro, com a porta trancada e um teste de gravidez escondido no bolso do casaco.
Sentei na borda da banheira, olhando para aquele bastão como se ele fosse capaz de mudar o rumo da minha vida em segundos. Não contei para o Leonardo. Não queria deixá-lo ansioso... embora, se eu fosse honesta comigo mesma, saberia que quem estava ficando ansiosa era eu.
Esperei os minutos indicados. Dois. Três. Quatro.
Negativo.
Suspirei, lavei as mãos, guardei o teste no fundo da gaveta da pia, entre cremes que eu quase não uso. Sorri sem vontade diante do espelho, tentando não parecer decepcionada. Não era para ser assim, certo? Era para ser natural, simples, uma consequência do amor que a gente fazia quase todos os dias.
Deixei