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Luísa Estava tudo tão corrido, o trabalho,as coisas do casamento, mas era melhor assim, eu não tinha tempo para pensar nele. A casa estava vazia, nossa cama estava vazia, nem tinha mais o cheiro dele, várias vezes eu me pegava deitada sobre seu travesseiro, é claro que eu sentia falta dele, muita falta na verdade, mas não fazia nada para mudar isso.A semana do casamento chegou, eu estava feliz por ela e triste por mim, minha melhor amiga se casando e o meu casamento indo pro ralo. Confirmamos as flores,os doces,as comidas,ela estava radiante.— Lu, vamos naquela loja de lingerie novamente? Quero escolher umas coisas legais.— Vamos.Lembrei quando fomos ali a três meses atrás, eu estava cheia de planos e no fim, não usei nada.— O que aconteceu? Se te fizer mal, posso ir sozinha.— Não,tá tudo bem. Já tem algo em mente.— Sexy, que ele tenha vontade de arrancar com a boca.Seguimos para o shopping e tinha uma peça mais bonita que a outra, fiquei com vontade de comprar umas para mim,
LeonardoEssa mulher vai me enlouquecer, juro por Deus.Divórcio?Sim. Ela falou essa palavra com tanta calma que doeu mais do que um grito. Claro que eu não queria isso. Eu queria ela. Só ela. E sabia que, se a gente queria mesmo fazer esse casamento dar certo, precisava mudar muita coisa. Esses três meses longe só provaram isso.— Luísa, eu quero...Ela ficou séria, os olhos cravados em mim. E antes que dissesse qualquer coisa, completei:— Eu quero você.Me aproximei, passando a mão em seu rosto. Aquela pele macia, seus olhos tão intensos, o cabelo que eu vivia lembrando… Deus, como senti falta dela.— Eu quero você. Eu sei que demonstrei isso de um jeito péssimo, mas... só consigo me ver ao seu lado.— Leonardo...— Eu devia ter voltado pra casa. A gente devia ter conversado. Você não deveria ter ido embora... Mas a gente errou. Muito. Só que... a menos que você me diga que não quer mais ficar comigo, eu não vou te deixar ir.Segurei seu rosto com cuidado, meus dedos tocaram seus
LuísaEu estava morrendo de medo da resposta dele. Se Leonardo dissesse que queria o divórcio, eu não sei o que faria. Meu coração mal aguentava esperar.Mas então ele disse:— Luísa, eu quero você.Era tudo que eu precisava ouvir. Meu mundo se ajeitou com essas palavras. Eu também só queria ele. Só ele.Nos beijamos. Um beijo cheio de saudade, profundo, terno e ao mesmo tempo desesperado. Três meses longe… três meses sem tocá-lo, sem senti-lo. Meu corpo implorava por aquele contato.Leonardo me encostou em uma pilastra, afastados do movimento da festa. Seu beijo ficou mais intenso, mais urgente. Ele sussurrava que estava com saudades, como se me convencer de palavras não bastasse. Seus gestos falavam mais alto.— O que está fazendo? — perguntei, ofegante.— Matando a saudade.— Alguém pode nos ver...— Ninguém vai nos ver — ele respondeu, me beijando de novo, a boca quente no meu pescoço.Ele apertava minha perna, me segurava como se não quisesse me soltar nunca mais. Senti suas mãos
LeonardoEnquanto dançávamos, era como se o mundo tivesse desaparecido. Só existia Luísa e eu. Quando ela disse que queria ir embora, não pensei duas vezes. Guardei sua mala no carro e, antes que pudesse me controlar, a puxei para mim. Seu corpo colado ao vidro gelado, coberto pelo meu. Eu precisava dela. Precisava estar com ela. Aquela distância de três meses havia me deixado faminto por sua pele, seu toque, sua presença.Assim que chegamos em casa, fomos direto para o banho. Me ofereci para ajudá-la com o vestido e, quando comecei a despir seu corpo, notei marcas. Marcas que eu já imaginava de onde vinham. O sangue ferveu.Encostei Luísa na parede do banheiro, com a água quente caindo sobre nós. Pedi permissão para continuar o que não pudemos fazer durante o casamento. Ela estava entregue, respirando ofegante, os olhos semicerrados, os lábios entreabertos.— Leonardo, eu quero você. Eu preciso de você.— Não. Não aqui.Não porque eu não quisesse. Muito pelo contrário. Eu queria tudo
LuísaEu precisava fazer aquelas perguntas, mesmo com medo das respostas. Precisávamos confiar um no outro. Depois de pouco mais de um ano de casamento, já havíamos enfrentado muita coisa — e acredito que grande parte disso veio do fato de não termos namorado antes, de não termos tido tempo suficiente para nos conhecermos fora do contrato. Mas, pensando bem, se não fosse aquele acordo, talvez nossos caminhos nunca tivessem se cruzado de verdade.A conversa com a Helena também me ajudou a enxergar que o que houve entre os dois realmente havia acabado. E isso me confortava mais do que eu gostaria de admitir.Mesmo insegura por achar que não era capaz de proporcionar tudo o que ele gostava, fiquei feliz ao ouvir que sentia prazer comigo. Fizemos amor até ficarmos esgotados — e como eu precisava daquilo.Na manhã seguinte, acordei, fiz minha higiene e voltei para a cama. Queria aproveitar cada segundo ao lado dele.— Fica aqui, por favor.— Eu preciso muito levantar.Ele se levantou e eu
Leonardo Estacionei o carro um pouco à frente da sorveteria. Peguei minha carteira no banco do passageiro, desliguei o motor e saí, com o sorriso ainda preso no rosto. Luísa estava radiante — o dia tinha sido leve, feliz, do jeito que ela merecia. E se ela estava bem, eu também estava.Caminhei em direção à sorveteria, mas bastou alguns passos para que o ar ao meu redor começasse a pesar. Meu olhar encontrou a única cena capaz de destruir aquela paz em segundos.Ele estava ali. De novo. Aquela sombra insistente no nosso caminho.Luísa tentava se afastar, claramente desconfortável, mas ele se aproximava demais, gesticulava, falava algo que não consegui ouvir de imediato. O peito apertou. A raiva subiu num impulso quente. Não era possível que ele estivesse em todos os lugares. Como um vírus. Uma praga.Acelerei os passos.— Você acha que ela é santa? — ele disse alto, quando me aproximei. — Acha mesmo que ela te ama? Ela me procura, fica sozinha comigo... — e então, como se quisesse me
LuísaApesar de tudo que aconteceu no domingo, a semana foi surpreendentemente leve. Talvez por saber que Leonardo estava cuidando de tudo, com aquele jeito calmo e firme que me dava segurança. Ele evitava me sobrecarregar com detalhes, e eu sabia que, no fundo, era pra me proteger.No sábado, resolvi almoçar com meus pais. Já fazia um tempo que não aparecia por lá… e foi como respirar fundo depois de prender o ar por dias. A comida, o cheiro da casa.. Acho que eu precisava mesmo daquele lugar.Minha mãe me olhou com atenção assim que cheguei, os olhos percorrendo meu rosto, meus ombros, como se procurasse por algo escondido em mim.— Como você está, filha? — perguntou com aquele tom cheio de afeto e intuição. — Você tá mais magra… não tem se alimentado direito?— Ah, mãe… — sorri de leve, puxando uma cadeira e me sentando à mesa. — Tô bem, de verdade. A semana foi tranquila. Tenho tentado comer direitinho, prometo. Só… às vezes esqueço, sabe?— Você anda trabalhando demais?— Um pouc
LeonardoDeixei Luísa na casa dos pais dela e voltei para casa sem dar muitos detalhes. Apenas disse que precisava resolver algumas coisas. Não queria preocupá-la, não com isso.Voltar para casa foi o primeiro passo. Eu sabia exatamente o que precisava fazer, e tudo começava por reunir provas sólidas, sem deixar brechas.Na segunda-feira, entrei em contato com o gerente da sorveteria. Me apresentei formalmente, disse que precisava das imagens das câmeras de segurança do dia em que estivemos lá — a presença dele, a tentativa de provocação, tudo. Como advogado, eu sabia como pedir sem levantar desconfiança, e o gerente, após confirmar a data, me entregou uma cópia dos vídeos em um pendrive. Aquilo já era mais do que suficiente para mostrar que ele estava nos seguindo.Em seguida, fui até a loja onde Luísa o viu pela primeira vez. Pedi as gravações daquele dia e expliquei que era para fins de segurança. Não precisei inventar muita coisa — a gravação mostrava claramente ela tentando evitá