Leonardo
Enquanto dançávamos, era como se o mundo tivesse desaparecido. Só existia Luísa e eu. Quando ela disse que queria ir embora, não pensei duas vezes. Guardei sua mala no carro e, antes que pudesse me controlar, a puxei para mim. Seu corpo colado ao vidro gelado, coberto pelo meu. Eu precisava dela. Precisava estar com ela. Aquela distância de três meses havia me deixado faminto por sua pele, seu toque, sua presença.
Assim que chegamos em casa, fomos direto para o banho. Me ofereci para ajudá-la com o vestido e, quando comecei a despir seu corpo, notei marcas. Marcas que eu já imaginava de onde vinham. O sangue ferveu.
Encostei Luísa na parede do banheiro, com a água quente caindo sobre nós. Pedi permissão para continuar o que não pudemos fazer durante o casamento. Ela estava entregue, respirando ofegante, os olhos semicerrados, os lábios entreabertos.
— Leonardo, eu quero você. Eu preciso de você.
— Não. Não aqui.
Não porque eu não quisesse. Muito pelo contrário. Eu queria tudo