Leonardo

Luísa estava radiante nas últimas semanas. Era impossível não perceber. Ela falava sobre o projeto social com um entusiasmo que transbordava. Toda sexta-feira de manhã, ela saía cedo para dar aula de desenho e pintura para mulheres e crianças em situação de vulnerabilidade. Voltava animada, cheia de histórias, de ideias...

E não era só isso. Ela começou a falar sobre levar materiais diferentes, pesquisar novas técnicas... Queria ensinar algo que pudesse virar fonte de renda para aquelas mulheres. Artesanato, ilustração, papelaria criativa — qualquer coisa que ajudasse a resgatar a autoestima e, quem sabe, a independência financeira.

Eu ouvia tudo com atenção e carinho. Luísa sempre teve esse olhar sensível para o outro, essa empatia que a fazia se envolver de corpo e alma. E por mais que eu soubesse que aquilo exigia dela — tempo, energia, emoção — eu via que era o que a fazia feliz. E isso bastava pra mim. Eu queria apoiá-la em tudo. Se ela quisesse montar uma sala de aula d