A tragédia com o pai de Anne ainda se mantinha viva em sua memória, e o assassino continuava foragido. A moça não conseguia acreditar que sua mãe também havia partido. Elas tinham ficado separadas por um dia e agora não podiam mais se ver, pela eternidade. Por que Deus a tratou assim? Por que deveria ser ela a perder o pai e a mãe? A governanta se aproximou e a encarou.
— Senhorita, o que é isso? —
— As cinzas da minha mãe. —
— O que…— A governanta se assustou, duvidando se suas palavras eram verdadeiras. Vendo que Anne parecia arrasada, teve que acreditar.
Foi uma notícia inesperada.
— Ainda há alguma comida preparada pela minha mãe? Estou com fome. —
— Não vi nada pronto, Anne... — Disse a funcionária.
— Naquela manhã, ela disse que fez um café da manhã para mim, mas eu saí correndo sem comer... — Lágrimas brotaram dos olhos de Anne, que sentiu como se seu coração estivesse sangrando. Por que não comeu a última refeição feita pela mãe? Não conseguiria mais comer...