13. O Desabafo
O céu carregado avisava que a tarde não pretendia durar . Nuvens cinzentas se acumulavam, tornando o ar denso, e carregado. Matteo saiu da mansão em passos firmes, sem uma palavra, com Morandi logo atrás. Não era comum vê-lo assim: silencioso, fechado, como se cada ombro estivesse carregando um peso antigo. Nas mãos, Matteo segurava um simples arranjo de lírios brancos. Nada extravagante. Nada digno de um mafioso. Apenas… humilde e com muito valor sentimental.
O carro preto deslizou pela estrada quase vazia. Morandi dirigia com atenção redobrada, mas não dizia nada. Ele sabia quando seu chefe não precisava de conversa ... e esse era um desses momentos. Matteo olhava pela janela, e seu reflexo parecia mais velho do que realmente era. Havia sombra em seu rosto sério, nos olhos que não piscavam, na postura que tentava manter inabalável.
- Você está certo disso? - Morandi perguntou, numa voz baixa, quase respeitosa demais.
Matteo respirou fundo antes de responder.
- Já fazem dois anos, Mo