CAPÍTULO 5

Bruna 


Domingo é o meu dia favorito da semana.

Sei que a segunda vem logo depois, mas é o único dia que eu posso de fato descansar.

Ficar até tarde na cama é um verdadeiro luxo pra mim.

O despertador toca pela milésima vez.

Pego meu celular e sorrio ao ver que já passa das dez da manhã.

Sento na cama e passo as mãos por meus cabelos.

Me levanto e caminho até o espelho.

Balanço a cabeça ao me ver.

Eu estou um trapo.

Visto uma roupa simples e faço minha higiene diária.

Pego meu celular e saio do quarto.

- bom dia!- digo ao passar pelo meu pai.

Ele para de ler o jornal e me encara.

- finalmente saiu da cama!- ele diz.

Suspiro e vou até a geladeira.

Pego um pouco de iogurte e um pote de biscoitos e volto para o meu quarto.

Sento em minha cama e ligo a tv.

Fico ali por mais uma hora e meia.

Estou tão cansada hoje, não estou afim de passar por estresse e muito menos deixar alguém estressado.

Meu celular vibra chamando minha atenção.

O pego e sorrio ao ver que luiza me mandou mensagem.

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Luiza.

A gente podia assistir aquele filme e colocar o papo em dia, oque você acha?!

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Respondo rapidamente confirmando.

Passar o dia com minha amiga vai ser bom pra esfriar a cabeça.

Não falo com o michael dês do dia que ele me falou aqueles absurdos.

Preciso me abrir com ela, e ninguém é melhor ouvinte que ela.

Tomo um banho e troco de roupa.

Prendo meus cabelos​ em um coque bem puxado e calço meus chinelo.

Saio do meu quarto.

- aonde você vai?- raquel pergunta assim que me vê.

A encaro.

- vou na casa de uma amiga!- digo indo em direção a porta.

Chego a girar a maçaneta.

- mas quem vai fazer o almoço?- ela pergunta.

Me viro pra ela.

- vocês?!- digo.

Ela da uma risadinha.

- tá vendo, pedro?! Eu me mato a semana inteira e ainda tenho que fazer o almoço pra bonita no domingo!- ela diz se virando para o meu pai.

Balanço a cabeça.

- você não faz nada!- digo.

Ela se vira para o meu pai.

- você vai deixar essa menina falar assim comigo?- ela pergunta.

Meu pai se levanta.

- Bruna, por favor, já conversamos antes, vamos fazer de tudo pra evitar atritos!- ele diz.

O encaro sem acreditar naquelas palavras.

Ele caminha até mim.

- faz o almoço, não por ela, faz pelo seu velho pai!- ele diz colocando a mão em meu ombro.

O encaro e suspiro.

Concordo com a cabeça.

- tudo bem...- digo.

Faço uma comida rápida, com as coisas que tinha na geladeira.

Quando terminei acabei servindo a mesa também.

- huum, que cheirinho bom!- ouço a voz de lorena.

Dou as costas e a encaro.

Ela me encara com um sorrisinho no rosto.

- pelo menos você presta pra alguma coisa!- ela diz.

A encaro.

- e você nem pra isso presta!- digo.

Ela me encara e balança a cabeça.

- presto para muitas coisas que não passa por essa sua cabecinha ingênua!- ela diz.

Levanto uma sobrancelha.

- me diga, então!- digo ainda a encarando.

Ela sorri e balança a cabeça.

- eu vou comer!- ela diz passando por mim.

Fiz o meu prato e fui para o meu quarto.

Como ali mesmo, na frente da televisão novamente.

Eu sempre me sinto tão mal por me permitir ser tratada desse jeito, e o pior de tudo e vê que meu pai não liga pra isso.

Ele parece ser outro depois da morte da mamãe, parece que aquele homem carinhoso e protetor simplesmente morreu junto com minha mãe.

Me sinto muito frustrada por não ter sua atenção, não ter seu amor e acabo fazendo de tudo pra ele não brigar comigo.

Acabo deixando as pessoas acabarem comigo apenas pra estar perto dele.

Já sento muita vontade de largar tudo e ir viver​ só, mas não consigo.

Alguém b**e na porta do meu quarto.

- entra!- grifo.

A porta do quarto se abre e michael entra.

Me levanto da cama rapidamente.

- oque você está fazendo aqui?- pergunto.

Ele entra fechando a porta atrás de si.

Ele me encara.

- você não me retornou, está com raiva de que agora?- ele pergunta se jogando na cama.

O encaro e balanço a cabeça.

- você finge que não sabe ou sabe e se faz de tonto!- digo.

Ele me encara dando risada.

- você ficou brava só porque eu falei do seu cabelo, nossa!- ele diz revirando os olhos.

Balanço a cabeça.

- não é apenas o cabelo, são tantas coisas que vem acontecendo a tanto tempo!- digo.

Ele me encara e suspira.

- eu não quero brigar, se quiser eu peço desculpas!- ele diz se levantando.

O encaro.

- não é só isso...- começo a falar, mas ele me interrompe com um beijo.

Tento me afastar a todo custo, mas ele mantém suas mãos presas a minha cintura.

Eu não sei oque está acontecendo comigo, mas nem do seu beijo eu gosto mais.

A algum tempo atrás eu era completamente louca pelo michael.

O sexo era bom e eu queria estar com ele o tempo todo, mas agora eu me sinto mal.

O empurro me afastando.

Ele me encara sério.

- oque foi? Agora eu não posso nem beijar minha namorada?!- ele diz me encarando.

Suspiro nervosa.

- as coisas não se resolvem assim, michael!- digo.

Ele revira os olhos.

- você é sempre​ tão dramática, não sei como eu te aguento!- ele diz.

O encaro sem dizer nada.

- você fica fazendo cú doce, não vou aguentar isso por muito tempo não, garota!- ele diz.

Aponto para a porta.

- eu não estou implorando pra você ficar!- digo.

Ele balança a cabeça.

- se que sabe!- ele diz e sai batendo a porta.

Fecho os olhos.

Puxo a cortina do meu quarto deixando tudo escuro.

Pego o maior cobertor e me deito na cama.

Fiquei o resto do dia ali.

Meu celular começou a tocar e eu o peguei rapidamente esperando que fosse uma ligação do michael.

Suspiro ao ver o nome da luiza.

Desligo o celular e me deito novamente.

Eu amo minha amiga, mas hoje não estou bem pra falar com ninguém...

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