Hugo chegou em casa ainda tomado pela raiva. A discussão com Leonardo na porta da escola havia deixado seus nervos em chamas.
Ele bateu o portão com força e entrou com passos firmes, o olhar em brasas, como se cada célula do seu corpo ainda pulsasse em alerta.
As crianças, sentadas no sofá, seguravam os presentes com um misto de alegria e receio. Maria foi a primeira a se aproximar, com Breno e Caio logo atrás, todos com olhares hesitantes.
— A gente pode ficar com os brinquedos? — Caio perguntou, quase num sussurro. — Vamos ter que devolver?
Hugo olhou para eles por um instante. Três pares de olhos atentos, carregados de expectativa e medo. O coração dele amoleceu diante daquela cena. Eles não deveriam ter que escolher entre um momento de alegria e a segurança de estar com quem os ama.
— Podem — respondeu, por fim, a voz m