Hugo ainda estava processando o que acabara de ouvir. A cabeça latejava. Era como se tivesse sido jogado em um filme de terror mal dirigido: suspeita de assassinato, suspensão médica, chantagem... tudo de uma vez.
Encostou-se na cabeceira da cama, tentando respirar fundo enquanto sentia Jéssica em seus braços, completamente abalada.Ela chorava de forma contida, mas intensa, e os olhos, normalmente firmes, estavam marejados e aflitos. Disseram às crianças que ela estava muito doente.
— Hugo... — a voz dela saiu falha, quase um sussurro. — Eu não sei o que fazer. Ele tem algo contra você. Disse que... que pode acabar com tudo. Com seu trabalho, com sua loja. Eu não suportaria ver você perder tudo de novo. Não depois de tudo o que passou. Não por minha culpa...
— Ei, ei... — Hugo se aproximou, segurando o rosto dela com delicade