Jéssica estava pronta para se entregar completamente. Todo o seu corpo ansiava por mais toques e carícias daquele que era seu apoio e seu abrigo.
Hugo descia com beijos por seu pescoço, deslizando sensualmente enquanto acariciava seus beijos pelo fino tecido da camisola.
Encurvada pelo desejo, sentia o peso e o roçar da ereção dele em seu corpo. Apertava as costas dele com força, deixando marcas do momento.
Hugo, já na barriga dela, estava prestes a tirar a camisola e apreciar a beleza daquele corpo nu, quando ouviu um barulho alto — seu celular explodindo com notificações.
— É melhor atender. — Jéssica, ofegante, não queria parar, mas, por hábito do ofício, não ignorava o celular nunca.
— Não. Depois. — Ele retomou o ritmo dos beijos, apaixonado e desejoso.
Nesse momento, o celula
Jéssica se olhou no espelho do quarto, tentando reunir forças para o que estava prestes a enfrentar.Dessa vez tinha muito mais a perder e não podia imaginar a vida sem a medicina. Ela não sabia exatamente o que a esperava, mas estava determinada a encarar tudo com a mesma dignidade de antes, apesar da tempestade que se formava ao seu redor.Era mais uma manhã, e a rotina parecia continuar como se nada tivesse mudado. Mas ela sabia que a pressão estava ali, como uma sombra que a seguia a cada passo.Ela vestiu o jaleco, ajustou os cabelos e, antes de sair, deu as instruções para as crianças como de costume.Hugo apareceu e vendo que Jéssica aparentava nervosismo fez o que pode para ajudar. Se aproximou e deu um beijo carinhoso de bom dia.Jéssica retribuiu o beijo. Pensou que era mesmo uma sorte ter um homem tão atencioso cuidando dela.— Acho que vou l
Jéssica disparou para a oncologia. O corredor parecia mais frio do que nunca.Ela corria por ele como se cada passo pudesse desfazer o pressentimento que apertava seu peito desde que cruzara a porta do hospital.O nome de Cláudia ecoava em sua mente como um pedido de socorro. Algo estava errado. Ela sentia.Assim que dobrou a última esquina, foi recebida por um silêncio estranho e por uma enfermeira de olhos marejados. Jéssica estacou. O mundo parou por um segundo.— Jéssica... sinto muito. A Cláudia teve um choque súbito. Tentamos reanimar, mas... ela não resistiu. — A moça, chorosa, sabia o quanto as duas eram ligadas e teve a gentileza de dar a notícia com algum pesar.O chão pareceu ceder sob os pés de Jéssica. O mundo girava devagar, e sua garganta se fechava numa angústia indescritível. Nunca se acostuma com a p
Jéssica continuou com os atendimentos normalmente. Paschoal a colocou em um parto, pois a mãe insistia em seguir os protocolos de partos humanizados, e só Jéssica tinha paciência e preparo para lidar com uma situação como essa.Os outros pacientes consideravam aquilo uma idiotice e uma perda de tempo. As pessoas têm muita dificuldade em aceitar e conhecer o novo.Nesse período, a diretoria do hospital estava reunida para discutir os desdobramentos da morte de Cláudia.— Temos que nos prevenir de possíveis problemas — dizia um dos diretores jurídicos.— Não há problemas na equipe. Está tudo de acordo com os procedimentos éticos, médicos e legais — disse Paschoal, prevendo o que ouviria a seguir.— Mas e essa sua residente? O que ela estava fazendo lá? E como deu os exames para a fam&i
Valdo e Clara estavam ao telefone, celebrando o sucesso do plano que haviam traçado. A satisfação de ambos parecia preencher o ambiente.Valdo, com um sorriso calculista, disse, com a voz fria e imperturbável:— Jéssica já foi afastada das atividades. Em breve, estará presa. Estamos no caminho certo.Clara, sem esconder o brilho nos olhos, respondeu com firmeza do outro lado da linha, o sorriso maldoso estampado no rosto:— Contanto que ela esteja longe de Leonardo, isso já é o suficiente para mim. Tudo o que eu queria era afastá-los.Valdo parou por um momento, um toque de aprovação nos olhos. Estava satisfeito com a colaboração de Clara, que, apesar de suas motivações pessoais, cumpria seu papel com eficiência.— Agradeço pela sua colaboração. Está sendo mais fácil do que
Hugo ainda estava processando o que acabara de ouvir. A cabeça latejava. Era como se tivesse sido jogado em um filme de terror mal dirigido: suspeita de assassinato, suspensão médica, chantagem... tudo de uma vez.Encostou-se na cabeceira da cama, tentando respirar fundo enquanto sentia Jéssica em seus braços, completamente abalada.Ela chorava de forma contida, mas intensa, e os olhos, normalmente firmes, estavam marejados e aflitos. Disseram às crianças que ela estava muito doente.— Hugo... — a voz dela saiu falha, quase um sussurro. — Eu não sei o que fazer. Ele tem algo contra você. Disse que... que pode acabar com tudo. Com seu trabalho, com sua loja. Eu não suportaria ver você perder tudo de novo. Não depois de tudo o que passou. Não por minha culpa...— Ei, ei... — Hugo se aproximou, segurando o rosto dela com delicade
Valdo se recompôs rapidamente, tentando disfarçar o incômodo com a presença de Hugo. Estava bem vestido, cabelo impecável, mas os olhos… os olhos diziam outra coisa. Tinham um brilho amargo, uma inquietação que saltava por trás da falsa segurança.— O que você quer, moleque? — Hugo disparou, sem paciência para rodeios. — Foi atrás da minha mulher por quê? Está achando que isso aqui é o quê? Um joguinho?— Cuidado com o tom, Hugo — Valdo rebateu, com um sorriso frio. — Você não vai gostar de me ver irritado. Sua vidinha perfeita… sua esposinha… nada disso vai durar muito. Ela nem começou a sofrer de verdade.— Para o seu bem, é melhor se controlar! Vim aqui tentar entender qual é o seu problema, mas não vou aceitar ameaças contra a J&ea
Jéssica acordou às 5h40 com um barulho alto vindo da cozinha. Garantiu que Breno continuasse dormindo e foi ver o que estava acontecendo. Já podia prever a situação: Leonardo tinha chegado bêbado novamente. Essa situação se tornou frequente desde que se casaram.— Bom dia. — disse ela, chegando na cozinha para confirmar seu palpite. O marido estava caindo de bêbado. Mal se aguentava em pé. Tentava pegar um copo d’água, mas, apoiado na porta da geladeira, balançava muito e quase derrubou tudo o que tinha lá dentro. Um barulho que certamente acordaria o bebê.— Para com isso! — ela o sentou na cadeira e pegou a água para servi-lo, a fim de evitar o pior.— Meu anjo, Jéssica... — ele falava com a voz embargada pelo álcool. Não dava para saber se estava elogiando ou debochando da esposa. Ela o servia em partes para evitar o escândalo e, em parte, porque realmente acreditava que esse era o dever de uma boa esposa.— Qual é o problema com esse seu trabalho? Você é o único da banda que chega
Do outro lado da cidade, Hugo e Clara estavam discutindo sobre a campanha que Clara estrelaria. O sonho dela de se tornar uma influencer famosa parecia finalmente estar dando os frutos desejados.— Não podemos colocar cerveja numa campanha de carros, Clara!. O cliente já especificou o que gostaria que tivesse no comercial. — Hugo estava exausto nesse momento. Estava há horas tentando convencer a esposa a fazer exatamente o que o cliente queria, e não havia nenhum sinal de que ela tivesse entendido o que precisava.— Uma campanha com amigas se divertindo vai parecer muito mais legal. E vai atrair os jovens. As amigas, com roupas bem sensuais, bebendo muito... — Ela divagava, como se não estivesse falando nenhum absurdo. O problema é que o principal posicionamento das redes dela era a família. Mudar assim não fazia sentido para ninguém.— Clara, é um carro para família! Não tem nada de sensual nessa campanha! Você pelo menos leu o briefing? — Hugo parecia um pouco exasperado. Clara tem