Guiomar estava tomando um chá na cozinha. Sentava-se com a postura altiva de costume, avaliando cuidadosamente os movimentos da empregada na limpeza das bancadas.
— Não. Não, querida. Assim vai marcar. Temos que conservar as coisas. Veja, esfregue assim, que ficará melhor.
Clara revirou os olhos em desespero. Desde que Guiomar chegara, nenhuma funcionária conseguia permanecer na casa.
Ela tinha quatro pessoas servindo à família e agora, com muita dificuldade, conseguia manter apenas duas.
— Guiomar, essa moça é especialista em mármore. Venha, vamos até a sala para que ela consiga trabalhar em paz — disse Clara, guiando a sogra com certa urgência, temendo que mais essa moça desistisse do trabalho.
— Não pode dar tanta moleza assim, Clara. Por isso tudo estava tão caótic