Mundo de ficçãoIniciar sessãoLucca Ferraro
O sol entrou pela janela como um intruso gentil, filtrado pelas cortinas claras, derramando luz sobre os lençóis amarrotados e sobre o corpo dela aninhado contra o meu. A noite antes parecia ainda respirando entre nós, quente, inteira, presa no ar como um segredo recém-feito.
Clara dormia profundamente, com o rosto sereno, quase infantil, como se finalmente tivesse permitido que alguém segurasse o peso do mundo por ela.
Eu a observei por longos segundos.
A curva leve das sobrancelhas. O jeito como seus cílios roçavam a pele. A boca entreaberta. As bochechas ainda coradas.
Meu peito apertou, daquele jeito silencioso que só ela conseguia provocar.







