Ao chegar ao armazém, Camélia, por muito que tente esquecer o assunto e concentrar-se no seu trabalho, não consegue. Até que a senhora Elvira a avisa que a chamam ao telefone.
—Sim —responde intrigada.
—Olá, Camélia, sou a Marilyn. Nunca atendes o teu telemóvel? —grita-lhe a irmã com a sua voz estridente.
Camélia tem uma grande vontade de desligar porque, por experiência, sabe que a irmã a fará sentir-se mal. Mas já respondeu e pensa que deve ser algo muito importante para que Marilyn se tenha dado ao trabalho de ligar para o seu emprego.
—Olá, Marilyn. Mantenho-o desligado no trabalho —explica-lhe com desânimo—. O que queres?
—Preciso que me digas o nome do teu acompanhante para o pôr nos cartões de reserva. Isso, se tiveres um; se não, diz-me para te colocar na mesa das solteironas, ah, ah, ah —ri-se Marilyn do outro lado da linha a plenos pulmões.
Camélia afasta o telefone do ouvido com uma expressão de desagrado sob o olhar da sua chefe Elvira, que consegue ouvir toda a conversa e