235. A DESCRENÇA DE MARLON

Maria Graciela estremeceu visivelmente ao relembrar a massacre na clínica. Contou como havia convencido as outras mulheres a manterem suas gestações, prometendo-lhes o pagamento acordado. Sua posição como funcionária do doutor lhe conferiu a credibilidade necessária.

—Durante toda a gravidez, nos encontrávamos na consulta do ginecologista e eu lhes fornecia dinheiro para subsistir —continuou—. Elas se hospedavam na casa de uma amiga da minha mãe.

—E por que não me avisou? —perguntou Marlon, cada vez mais convencido de que algo não estava bem com essa história.

—Já lhe expliquei que os capangas dela não me deixavam nem respirar —respondeu com veemência—. Um se passava por meu marido, entrava comigo em cada consulta e, com a ameaça de matar minha mãe doente... não me atrevi a buscar ajuda. Perdoe-me,
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