Sentamos e comemos em silêncio. De vez em quando, eu a via saboreando a comida, e isso me arrancava um sorriso. Ofereci mais, e ela aceitou de bom grado. Quando terminamos, organizamos tudo e nos acomodamos no sofá para conversar um pouco.
— Está tudo certo com sua viagem? — ela perguntou.
— Sim, na sexta-feira devo embarcar para Toronto. Passo uma semana me adaptando e, na semana seguinte, começo no meu novo trabalho.
— Fico feliz de coração por você estar alcançando seus objetivos — disse ela, encarando-me.
Segurei sua mão, algo que já não fazia há muito tempo. Ao olhar em seus olhos, vi uma pequena lágrima se formando. Sabia que ela estava sentindo tanto quanto eu por ver nossos planos mudarem de forma tão abrupta.
— Queria que você pudesse ir comigo! — falei, num sussurro carregado de desejo e arrependimento.
— Isso é impossível, Julian! — ela respondeu com firmeza, embora sua voz estivesse embargada. — Não posso deixar meu irmão nesse momento.
A dor era mútua, mas a escolha dela