Nicole repentinamente abriu os olhos.
Através de sua visão turva, ela podia observar o rosto impecável do homem, sem qualquer imperfeição, com um olhar que transmitia o frio de eras distantes e uma inalcançável distância.
Não poderia ser outro senão Davi!
Davi ajustou as cobertas, abrindo um pouco a gola do uniforme hospitalar de Nicole, revelando as ataduras brancas que cobriam seus ombros pálidos.
Nicole ficou surpresa, permanecendo imóvel.
Não havia sangue nas ataduras, a ferida não havia se reaberto, e o olhar tenso de Davi finalmente relaxou, transbordando ternura:
— Está doendo?
Eles estavam muito próximos, e o hálito dele tocava a pele delicada dela, causando um arrepio.
Nicole se sentiu inexplicavelmente machucada, mordendo o lábio e acenando com a cabeça:
— Um pouco.
Davi sentiu ainda mais dor por ela.
A pessoa que deveria ter levado o tiro era ele, não ela, que não merecia suportar essa dor.
— Quando você chegou, por que não me chamou... Você não entrou pela janela, entrou?