Agora, sua razão havia retornado.
Fernando olhou para a mão, observando o leve inchaço onde fora mordido. Ajeitou a gravata, que estava torta, com seus dedos longos e retomou a postura de um cavalheiro elegante e distinto da alta sociedade.
Os olhos azuis de Fernando encontraram Janaína, que estava com os cabelos um pouco desarrumados, abraçada aos joelhos e encolhida junto à porta do outro lado do carro, na maior distância possível entre eles naquele momento.
O olhar de Fernando se suavizou, e ele estendeu a mão em direção a ela.
Janaína recuou ligeiramente.
Fernando parou com a mão suspensa no ar, observando ela com olhos cheios de cuidado, sentindo uma pontada no coração como se tivesse sido picado por uma das flores do jardim.
Ele recolheu a mão, deixando ela cair ao lado do corpo em um punho cerrado, e disse calmamente:
— Eu não quero te fazer mal, você não precisa ter medo de mim.
Nesse momento, um pequeno inseto rastejou até Janaína, que o pegou e o colocou de volta no frasco