O Arauto das Trevas

O coração de Darius batia descompassado, cada pulsar ecoava como tambores de guerra dentro de seu peito. O ar entrava em seus pulmões de forma irregular, rasgando como lâminas invisíveis. Mas não era o calor sufocante da Garganta do Inferno, nem o cheiro ácido de enxofre que o sufocava. O verdadeiro problema vinha da visão diante de seus olhos arregalados.

A criatura era a própria encarnação do pesadelo, um amontoado grotesco de carne viva. Veias pulsavam como sombras densas e ondulantes, contorcendo-se como se a própria carne fosse feita de caos solidificado. Apesar da estrutura esquelética, a sombra que a envolvia parecia palpitar com vida própria. Onde deveriam estar os olhos e a boca, havia apenas a ausência. O que representava horror absoluto.

A voz.

— azart ed ertseM uem ertse...

O som distorcido reverberou no ar, mas a boca do monstro sequer se moveu. A vibração veio de dentro, direto para o crânio de Darius, um sussurro gutural em uma língua que feria como agulhas invisíveis.
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