Ana consegue entrar para a lendária ordem dos lampiões, com isso se tornando a primeira mulher nessa ordem. Porém ainda na fase de treinamento um poderoso inimigo surge. O Sabiá do Norte é um nome conhecido que tem a habilidade de moldar os pensamentos da massa a sua bel vontade. Ana com seus amigos terão grande participação na batalha contra esse mal. Os lampiões que tem o poder de criar campos e força, e os agulhas negras que podem materializar armas de materia escura se juntam nessa batalha que tem como objetivo liberdade do canto do Sabiá.
Leer másO lampião pulou no meio de dez homens. Pôs o primeiro revolver para cantar – um Cortez 36 – esse revolver não disparava um único projetil, mas sim varias esferas de chumbo. Os disparos iluminaram a noite, e mais uma vez Alexandre fez jus ao titulo lampião. A luz mortífera do lampião se apagou, deixando o trabalho de iluminar para lua, que revelava cavalos e homens caídos. Sangue, entranhas e merda espalhados.
Alexandre esvaziou as câmaras e recarregou com cinco novos cartuchos, devolveu o revolver ao seu lugar e sacou outro, dessa vez um puma 38, capaz de comportar seis cápsulas contendo projeteis letais.
Alexandre passou a revistar o que sobrara dos homens sobre o chão da floresta. Depois de alguns instantes constatou que nenhum daqueles homens tinha o que ele procurava. Emitiu um som da garganta, que poderia ser confundido com um rosnado; um som de frustação. Enfiou dois dedos na boca e sem se importar com o sangue e assoviou. Tempestade, sua égua emergiu de entre as árvores em trote rápido. O lampião saltou sobre o animal num movimento agiu e impeliu a égua noite adentro.
O suposto ataque acontecera a menos de uma hora, um ataque que o reino de Ponta Branca não teve problemas em repelir. Nenhum dos outros homens suspeitou que pudesse ser apenas uma distração para um objetivo maior. Soldados ainda comemoravam enquanto o lampião se colocava a descobrir tudo que podia sobre o bando.
Não demorou muito para alcançar os primeiros homens. Ele podia ver cerca de dez bandidos a sua frente, escutava trinta. Alexandre sabia que não poderia dar cabo dos trinta homens, mas poderia cortar a cabeça da cobra e descobrir o tipo de veneno que carregava. Felizmente o cabeça desse bando era um homem vistoso, um daqueles bandidos que gostavam de ser vistos. Durante o ataque Alexandre chegou a velo; um sorriso esquisito no rosto, vestes brancas sobre a pele parda, e claro, aquele chapéu branco que poderia ser visto a quilômetros. Era esse chapéu que o lampião procurava entre o bando.
Um retardatário do bando notou a aproximação do lampião, puxou a rédea do seu cavalo, no instante seguinte tinha uma bala enfiada na cabeça. Com o estampido, mas três homens pararam, apenas para ter o mesmo fim do seu companheiro. Mais homens pararam dessa vez Alexandre usou o Cortez 36, disparando na altura da cabeça dos bandidos, naquela distancia o disparo não seria letal, mas esferas foram espalhadas atingindo o rosto de sete homens que tiveram os olhos e ouvidos perfurados. O lampião recarregou o Cortez com uma agilidade de anos de experiência. Usou o mesmo recurso para incapacitar mais cinco homens, enquanto avançava. E ali estava o chapéu branco entre o mar de escuridão.
Sacou o puma 38. Mirou. Puxou o gatilho devagar enviando uma bala no braço direito do homem que gritou. Caiu animal e homem. O restante do bando se espalhou no segundo seguinte.
O lampião parou sua montaria e desceu. Aproximou-se devagar com o puma na mão. O homem do chapéu branco havia quebrado a perna na queda, ele rastejava em direção a um revolver deixando para trás uma trilha de sangue no chão pintado de prata pela lua.
--Quer uma forcinha ai companheiro? – o lampião perguntou casualmente enquanto se posicionava ao lado do homem caído.
--Vai à merda! – o homem gemeu.
-- Quanta indelicadeza – o lampião disse e enfiou o dedo no braço ferido do homem, arrancando um grito de dor. Retirou a bala. – Isso me pertence.
O lampião deu um chute nas costelas do homem fazendo-o virar. O sorriso de Alexandre se desfez ao constatar que não era o homem que procurava.
-- Não é o que esperava?—o homem tentou sorrir em meio grunhidos de dor.
--Não, mas vai servir—o lampião respondeu --, quem era o dono desse chapéu charmoso?
-- Ele é a morte – o homem sorriu. – A luz dos lampiões vai se apagar. Um império vai cair.
Alexandre projetou o lábio inferior para frente enquanto anuía com a com a cabeça.
-- Poético... – disse e pisou na perna quebrada do homem. – Mas se puder ser mais claro. Quero um nome.
O homem gritou.
-- Sabiá do norte! – disse. – É como chamam ele, é tudo que eu sei.
Alexandre acreditou que era tudo que sabia de fato, o tal Sabiá não seria idiota o suficiente deixar uma isca que pudesse dizer algo relevante.
O lampião olhou para frente e pela segunda vez na vida seus instintos lhe avisaram de uma grande catástrofe. E a primeira vez que sentiu isso anos atrás, o inferno se formou na terra. E o nome Sabiá do Norte era um nome conhecido e temido.
A luz dos lampiões teria que brilhar mais forte que nunca para afastar esse mal, seja lá qual fosse.
Os ventos frios vindos do sul jogavam os cabelos de Ana para trás em um frenesi constante. Seu sobretudo, assim como de todos os lampiões presente no funeral, eram pretos, combinando com as almas entristecidas. Os agulhas negras, por outro lado usavam longas capas brancas, para mostrar a brandura da morte honrada. Para eles não havia motivos para tristezas, pois houve honra e não a vida de um covarde. Eles riam e contavam anedotas sobre David. Era a primeira vez que Ana via um funeral daquele jeito.A mão de Maria estava fria, e ela continuava com os olhos fixos no monte de terra onde o caixão vazio havia sido enterrado. Alexandre tocou seu ombro, e fez um gesto com a cabeça, ele queria que ela contasse alguma historia do amigo, mas ela n&
O Fera atirou várias vezes na porta de madeira, em seguida desferiu um chute frontal e adentrou a sala da torre norte. Foi seguido por Alex e Alexandre.Sabiá do Norte estava sentado de costas para eles, acariciando as teclas de um piano. Quatro homens cuidavam de sua segurança. As vestes douradas os marcavam como homens da guarda real. Alexandre iluminou o rosto dos homens, mas ficou claro que eles estavam ali por vontade própria. Sabiá tocou uma nota.Os quatro homens tinha revólveres nos quadris, diferente dos mantos brancos. Um deles acendeu um charuto com o dedo, deixando claro que era um elementar. Alexandre soube naquele instante que eram a representação dos quatro elementos.  
Ela sentia o corpo sacolejar nos braços que já eram tão familiares para ela. Abriu os olhos e com a visão ainda embaçada, viu o rosto azul de Tomas. Ela sacudiu a cabeça tentando afastar a vertigem. –Tomas –ela murmurou.Ele olhou para baixo, e forçou um sorriso.–Oi, você está bem?–Quero ficar em pé –ela respondeu.&nb
Ponta dourada se estendia à sua frente. Às suas costas, o exército de agulhas negras. Ao seu lado, o irmão, além de outros lampiões.Alexandre observava a fronteira do norte. O branco e vermelho de um exército de bispos se destacava à frente da fortaleza de pedra. Alexandre sabia que além da fortaleza, e do exército, se encontrava um porto com vários navios veleiros. Por vezes sonhara em embarcar em um daqueles frondosos navios e ir para terras desconhecidas. Mas até que conseguisse livrar o povo da enganação da igreja, tinha que permanecer ali. Numa ilha esquecida por Deus.Os mantos brancos se agitavam diante da ameaça do exército de agulhas negras. O poder
David conhecia o atalho por onde o príncipe os guiava. Fora ensinado a respeito deles durante o treinamento, porém nem os agulhas negras conheciam toda a extensão das ramificações. Tuneis subterrâneos, cujas lendas diziam ter sido feitos por vermes gigantes. David agora cogitava a hipótese de terem sido elementares de terra, mas aquilo não importava no momento. O olhos de brasa teve que ser amarrado e amordaçado, foi o único jeito de conseguir traze-lo. Ele estava profundamente perturbado dentro dos tuneis, cuja a terra com grandes quantidade de metais impossibilitava que ele conseguisse ver através da terra, o que era um bom sinal, estavam relativamente seguros contra outros olhos de brasas. Tomas carregava Tedy na costas, ele se mantinha perto de Ana que iluminava os tuneis irregulares a frente, s
–Vamos para ponta dourada – o príncipe Gustavo disse. – Em ponta dourado meu pai tem um exército, e já vimos que os mantos brancos estão sendo controlados. Talvez toda a igreja. Era a primeira vez que o príncipe falava desde que partiram. Ele e seus homens estavam sentados na carroça que Tomas puxava. Era incrível a força do recruta, parecia nunca se cansar, o único custo era fome que tinha. Comera o resto do cervo sozinho, mas com isso conseguia carregar cinco homens sem muito esforço. Ana refletiu sobre o comentário de Gustavo. Para ela fazia sentindo. –O que você acha? –ela
Último capítulo