O DONO DO MORRO E A FILHA DO DELEGADO — VOL. 2
O DONO DO MORRO E A FILHA DO DELEGADO — VOL. 2
Por: Sandra Lima Autora
I. Fé

Tudo mudou depois que eu senti o sabor, de um beijo com tanto amor que você deu em mim...

Nada é pior do que a possibilidade de perder um grande amor. Assim eu pensava, até perceber que o ruim se transformaria em algo mil vezes pior. Na confirmação de que realmente perder quem eu mais amava não era apenas uma possibilidade mas, uma certeza.

Som alto, luzes, entre sorrisos e alegrias em nossa volta, àquela noite sentia o sangue dele em minhas mãos percorrendo todo o seu corpo que já estava quase sem vida.

Olho para os lados em busca de socorro mas, ninguém aparecia ou sequer nos notava naquele instante.

O medo percorria meu corpo e minha mente. Uma dor imensa tomou posse do mim e eis que o pior estava prestes a acontecer. (...)

Antes de te encontrar

O mundo não tinha cor

Quero te dizer teu amor mudou a minha vida

Amo você demais

Te peço por favor

Pra me prometer que nunca vai ter despedida

Vou contar

Tenho medo

De ficar um segundo sem ti

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Capítulo 1 - Fé!

Ver o DG, o amor da minha vida, caído diante de mim me fez enxergar que não poderia viver um segundo sem tê-lo na minha vida. Por mais que eu tivesse essa certeza parecia que tudo havia ficado mais intenso ao perceber que essa possibilidade de perde-lo era real.

Olhava em volta e ninguém sequer percebia o que havia acabado de acontecer. Entre sorrisos, música alta e bebidas o sangue do meu amor jorrava pelas minhas mãos. Sua pele clara já estava completamente sem vida. Eu perdi, perdi o meu Danilo e dessa vez não fui capaz de ajudá-lo. A nossa felicidade estava tão imensa que esquecemos do ódio e inveja que nos cercavam.

Perguntas sem respostas e suposições invadiam minha mente naquele momento. Mas nada era mais importante do que salva-lo.

Mas quem foi o culpado por isso?

Ou será que foi culpada?

Quem foi capaz de tentar destruir a nossa vida dessa maneira?

Não sabia o que fazer, sentei ao seu lado e coloquei sua cabeça no meu colo. Ele ainda estava respirando, seu pulso estava muito fraco quase imperceptível. Segurei sua mão entrelaçando nossos dedos na tentativa de reanima-lo. Mas, foi tudo inútil. De repente o céu que estava lindo e estrelado fechou totalmente e começou uma chuva que parecia querer jogar para bem longe toda aquela desgraça. O céu chorava e o sangue do meu amor se misturava àquelas gotículas de água.

Não sei que tiro forças de onde nem eu mesma sei explicar e comecei a gritar desesperadamente por socorro.

— SOCORRO, SOCOROOOOOOOO.....

Carlos: — Filha, o que houve aqui? - disse ficando de joelhos próximo ao corpo do DG

— DG sofreu uma tentativa de assassinato, não me pergunte mais nada agora papai, só me ajuda a salvar o pai do meu filho e o amor da minha vida pelo amor de Deus. - disse chorando desesperadamente

Carlos: — Calma minha filha já estou pedindo uma ambulância para levá-lo para o hospital. - disse com o celular no ouvido

— Não papai, hospital não pelo amor de Deus. Lá vão avisar a polícia e ele será preso. Eu não vou suportar. - disse chorando abraçando o DG entre meu corpo

Carlos: — Minha filha nesse momento o importante é salvar a vida dele. Os problemas que ele tem com a polícia resolveremos depois. Não se preocupe com isso agora. - disse passando as instruções para os paramédicos

Olhei para o lado e vejo a Joana se aproximando aos prantos. BN e Ge chegam em seguida. Joana se ajoelha desconsolada ao lado do corpo do DG e me abraça. Meu pai vai até o DJ e manda desligar o som.

Carlos: — Ae galera, a festa acabou. Obrigado pela presença de todos esta noite. Mas, por favor, peço que me aguardem no salão principal para passar algumas instruções. - deixo o microfone desligado em cima do balcão do DJ e vou até o salão passar todas as informações.

Ele pega o microfone e diz que a festa acabou. Vai para o salão principal e fala claramente que se vazar áudios, fotos ou vídeos da festa nas redes sociais todos os envolvidos serão processados.

Todos os celulares dos convidados foram confiscados antes da saída do prédio. Como delegado a sua função era apurar o que realmente havia acontecido por aqui. E era isso o que ele pretendia fazer. Mesmo que já tivesse a absoluta certeza do que realmente havia acontecido esta noite. (...)

As sirenes da ambulância parada em frente ao prédio sinalizava que o socorro estava chegando. Ao ver os paramédicos entrando com a maca e todos os equipamentos necessários para a remoção do Lucas faziam a dor que eu sentia se tornar mil vezes pior.

Colocaram a prancha sob o solo, um protetor no pescoço dele e o puseram cuidadosamente deitado. Em seguida colocaram ele na maca com um respirador artificial e levaram direto para a ambulância.

Paramédico: — Alguém irá acompanhar o paciente na ambulância?

Joana/Dani: — EU!!!

Paramédico: — Entrem por favor. Precisamos ir o mais rápido possível.

Geovana: — Vamos atrás da ambulância mana, nos encontramos lá. Não perca a fé! Ouviu? - disse segurando seu rosto e a abraçando.

Naquele momento não conseguia dizer nenhuma palavra. Entrei na ambulância sem sequer olhar para ninguém. Apenas entrei, sentei e segurei a mão dele. Nesse momento ele abriu levemente os olhos, deu uma respiração pesada e me encarou por alguns instantes. Meu coração estava apertado e minha respiração acelerada. Aquele barulho da sirene acabava comigo ainda mais. Eu sentia como se já o tivesse perdido para sempre. Lágrimas enxarcavam o meu rosto que já estava completamente inchado. De repente sinto as mãos da Joana me envolverem num abraço aperto e reconfortante.

— Ai Joana, tenho muito medo... - disse enquanto lágrimas rolavam nos meus olhos

Joana: — Shiii... Não diga nada minha menina, você sabe que as palavras tem poder tanto para o bem ou tanto para o mal. Nesse momento tudo o que devemos fazer é buscarmos apego na nossa fé e no nosso Deus. O Deus que já fez e continua fazendo milagres na vida daqueles que crêem. Você crê que Deus é poderoso para livrar o nosso Lucas da morte? Você crê meu amor?

— Sim Joana, eu creio de toda a minha alma. - segurei firme a sua mão

Joana: Então, está escrito nas escrituras:

"Se tu crêres verás a glória de Deus".

(João 11:40)

É nessa palavra que devemos nos apegar nesse momento e em nada mais. - ficamos abraçadas até a ambulância parar e chegarmos no hospital.

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