Zane:
Era uma sensação estranha, quase insuportável, ver Angela em uma luta constante dentro de si mesma. Ela não conseguia entender o que estava acontecendo, o que a atraía para o abismo que a chamava. E, enquanto ela lutava contra sua própria natureza, eu me sentia impotente. Eu, que sempre tive o controle sobre tudo ao meu redor, não conseguia encontrar uma maneira de proteger Angela de si mesma.
Cada vez que eu olhava para ela, via uma mulher dividida entre duas realidades. A realidade que ela sempre conheceu e a que ela ainda se recusava a aceitar. Eu queria ser aquele que a salvasse, que a amparasse enquanto ela se desdobrava. Mas a verdade, que todos nós conhecíamos, estava clara: não éramos os heróis da sua história. Nós éramos apenas peças em um tabuleiro onde o destino já estava traçado.
Meu instinto dizia para protegê-la a todo custo, para lutar ao seu lado, mas o que Angela precisava, o que ela estava destinada a ser, estava além de mim. Às vezes, quando ela olhava para mi