| Closer - Nine Inch Nails |
Jeong ParkEstamos distante da casa do homem para que ninguém nos perceba vigiando, eu sabia que não demoraria para encontrarem a família do chorão, observo com um binóculo a policial linda e irritante fechar a porta do carro do FBI. Não sei porque sempre tenho a sensação de que ela me lembra alguém, porém não consigo saber quem é.Olho para a vestimenta dela de trabalho, totalmente diferente das roupas sensuais que ela usa para ir à boate na sexta-feira.Na primeira vez que a vi na boate, foi engraçado, o destino estava zombando sem piedade da minha cara. Afinal ela era uma agente encarregada de prender as organizações criminosas — principalmente a nossa — e estava ali bem na minha frente, completamente soltinha, super diferente da chata de farda.Desde então, todas as sextas nos encontrávamos lá, e não podia deixar de a admirar — por mais que ela fosse minha inimiga no momento —, eu sou homem, um que amava e sabia apreciar uma mulher bonita, simplesmente não podia deixar de reparar naquela.Se fosse em outras circunstâncias e se caso ela não fosse policial, eu até tentaria jogar um charme.— Estou falando com você, Jeon.— Hm? Desculpe, me distraí, diga!— Eu percebi — Erick dá um sorriso — por que não a convida para sair?— Está querendo me ver morto?O homem dá uma risada.— Não, mas sinto uma tensão entre vocês, não é de hoje. Você não namora faz tempo.— Sim, tem razão, eu não namoro faz muito tempo, entretanto aquela mulher é uma policial, isso me impede de flertar, sinal vermelho forte meu amigo.— Vocês dois já flertam o tempo inteiro naquela boate, só um idiota não percebe a troca de olhares, se vocês pudessem se atacavam ali mesmo — Erick rir e acrescenta —, olha que nem falaram um com o outro, ainda.— Eu não quero arrumar confusão, e aquela ali... — aponto para a mulher que está dando dor de cabeça —, é uma baita confusão.— Está bem. — Erick levanta as mãos em sinal de rendição. — Não tem muito o que fazer, só esperar a mulher ser liberada e os tiramos daqui.— Sim, vamos embora.|...|Sexta finalmente chegou e enfim posso ter meu descanso, como sempre eu e meus amigos — todos membros da máfia — fomos à boate, no meu caso, estou retornando depois de duas semanas e, no fundo, percebo que havia passado a semana ansiando por aquilo, mesmo não admitindo em voz alta.O lugar é simplesmente luxuoso e confortável, a melhor boate da cidade, as luzes vermelhas, roxas e azuis brincavam no lugar mudando suas cores a todo momento, as mesas com os sofás confortáveis para sentar ficavam sempre nas laterais do lugar para uma melhor circulação. O piso do chão é espelhado, assim como o teto.A pista de dança é um pouco mais no centro, está começando a ficar lotada.Estamos na nossa mesa, levo as mãos na nuca e lambo meus lábios. Me desligo da conversa observando ao redor; a boate está cheia, muito mais do que o normal, inclusive o segundo andar que é mais exclusivo.— Então conseguiram terminar? — questiona Pedro.— Sim, colocamos todo mundo no avião. — Erick faz o favor de responder —, já devem estar chegando a nova casa nessa hora.— Deu tudo certo, isso merece uma comemoração — Felipe sorri —, vou buscar algumas cervejas.Eu não quero cerveja, preciso de algo mais forte e doce. A tensão nos meus ombros está me matando.— Sua musa chegou — provoca Erick sussurrando no meu ouvido.Automaticamente viro o rosto, observo a mulher entrando no lugar, discretamente — ou nem tanto, nunca sou discreto — percorro os olhos pelo corpo dela, sinto um formigamento estranho atingir minha barriga. Finalmente ela não está com aquela farda horrorosa. E sim, com uma roupa completamente sexy — os cabelos escuros estão soltos indo até abaixo do ombro, o vestido vermelho colado ao corpo, realça todas as curvas deliciosas que ela aparenta ter, e quando a mulher passa pela minha mesa sem olhar para nós, meus olhos vão direto para o seu belo de traseiro gostoso e arredondado, noto que nos seus pés está um belo par de saltos.Aquilo me incomoda — principalmente entre minhas pernas —, tento controlar minha animação, eu não sou mais um adolescente na puberdade.Que coisa!— Preciso encher a cara — desabafo passando a mão pelo cabelo e tirando alguns fios dos olhos — Vou buscar uma bebida mais forte que cerveja, vocês querem?— Daqui a pouco, estou reparando na gatinha ali. — diz Pedro olhando para a mulher.— Eu já estou indo daqui a pouco ou minha mulher vai me mata — outro comenta comenta.— Não tenho dúvidas. — Erick sorri. — Pede lá uma para mim também.Vou até um espaço vazio no bar, não curto multidão, muito menos que as pessoas encostem em mim. Apoio meu antebraço no balcão e espero um garçom. Todos estão ocupados, até que aquela mulher vem na minha direção.Engulo em seco e fico nervoso, não estou esperando por isso.A observo terminar de colocar o avental preto dos garçons e pegar o bloco de notas, quando chega mais perto o perfume dela preenche minhas narinas, fico excitado. Ignoro as reações corporais do meu corpo, concentro-me no objetivo que é: pedir uma bebida e sair dali o mais rápido possível.— Olá, senhor, vai querer tomar o quê? — a sua voz era calma, porém tinha personalidade.Olhando a de perto reparo nos olhos escuros, suavemente eles apresentam um brilho de irritação, deixo meus olhos caírem para a sua boca carnuda. E novamente, sinto o desconforto entre minhas pernas.Não flerte, não flerte, não flerte!Alerta vermelho! Alerta vermelho! Perigo extremo!Minha mente grita para eu sair correndo e nunca mais voltar ali.A policial me observa com mais atenção, e novamente olho para sua boca tentadora.Mas… Que se foda! Não consigo resistir.Aproximo-me mais do balcão lambendo meus lábios, ela acompanha o ritmo da minha língua, creio que a afeto também.— Quero algo gostoso igual a sexo: quente, forte e ardente.Ela para de escrever e me olha profundamente, então retribui o sorriso.— Acredito que eu mesmo consigo preparar isso, senhor.— Hum… vejo que vai sair mais delicioso ainda — inclino meu corpo um pouco mais no balcão.Nossos olhares se encontram, meu corpo esquenta ainda mais. Ela quebra a conexão que surge e vai preparar a bebida.Por um minuto a minha sanidade volta e penso em fugir de novo, entretanto observo a policial preparar a bebida no outro balcão de costas para mim, por algum motivo não consigo ir embora.Quero ficar!Uma bebida aqui não vai fazer mal nenhum.Pelo menos eu acredito que não.