Chamo por Adam, mas as palavras saem fracas e não passam de sussurros.
— Será que sofremos um acidente?! Me sinto dolorida, mas onde está Adam? Será que aconteceu alguma coisa com ele?! Havia muitas perguntas, mas nenhuma resposta. Diana tentou se acalmar e mais uma vez se levantar da cama. Suas pernas continuavam sem força, mas ela insistiu, precisava de respostas. Foi quando ouviu Adam ao telefone, do lado de fora do chalé. — Meu amor, deu tudo certo, a criança no ventre de Diana se foi, eu cuidei de tudo. Ela está dormindo no quarto, quando ela acordar digo que sofremos um acidente e o bebê não resistiu. Ela não vai suspeitar, Jenny fica tranquila, já te falei, dei fiz ela beber um sonífero muito forte. Quanto ao dinheiro da herança já está na minha conta. Diana não terá acesso a nada. Você agiu muito bem, meu amor, colocou os papéis pra ela assinar aquela idiota nem percebeu que estava abrindo mão da sua herança. Tudo era demais para Diana, que estava em choque com o que ouviu. Adam continuava falando com Jenny ao telefone. Diana sentiu nojo, não conseguia processar nada do que escutou direito. Adam havia tirado seu bebê, sua dignidade, seu dinheiro, havia roubado tudo. — Como ele pode fazer isso com o próprio filho?! Meu bebê se foi e eu nem pude conhecê-lo. Sentir seu cheiro, pegar em meus braços, e chorava atônita com uma dor lancinante em seu peito. Adam continuava ao telefone falando com Jenny. — Preciso voltar antes de Diana acordar vou, terminar o que comecei, mas queria contar logo pra você. Vou fazer parecer que por causa do acidente ela perdeu o bebê e os ferimentos foram graves e ela não resistiu. Como eu também estava ferido não pude acionar o resgate. Nosso plano é perfeito. Diana se desespera ao ouvir aquilo e pensa em rapidamente sair dali ou ela seria a próxima. O tom da voz de Adam era fria e cruel ela nunca o ouviu falar daquela forma. Seu marido perfeito na verdade era um monstro, manipulador, ela nunca desconfiou de nada. Enquanto Adam conversava com Jenny, Diana procurou seu celular mas não conseguiu encontrar mas mesmo assim, saiu pela janela do chalé sem levar nada consigo. A porta poderia fazer barulho e ela seria pega tendo o mesmo fim que seu bebê. Estava frio lá fora, o inverno estava chegando. Diana muito fraca, com muitas dores, devido ao aborto que sofreu, sua roupa e suas pernas sujas de sangue mostrava Para ela a crueldade daquele que ela amou com todas as suas forças. Adam matou seu filho e agora iria matá-la também. Aquela certeza fez Diana reunir suas forças e correr o mais rápido que podia para descer a montanha e conseguir ajuda, seus pés descalços eram machucados pelo terreno irregular. O chalé foi herança dos pais de Diana, desde a morte deles ela não ia mais lá, toda semana o caseiro ia limpar e avisava para ela que estava tudo em ordem, mas ainda sentia muita saudade e por mais que amasse o lugar, não estava pronta retornar, as lembranças felizes com os pais. E a forma como eles partiram tão de repente, não conseguia superar. Pensou que indo lá no futuro para passarem as férias em família, com os filhos que dizia Adam que queria traria novas lembranças, mas aqui estava ela, ferida e destroçada. Precisava se salvar. Ela não podia morrer ali, não depois de tudo o que passou, não ia deixar Adam e Jenny se safarem. Eles iriam pagar. Diana corria muito e olhava para traz, quem sabe Adam percebeu que ela fugiu, e agora a esta perseguindo. Ela não podia parar, estava muito escuro somente a luz da lua iluminando o caminho. Na verdade nem caminho havia, ela só queria fugir, chegar na estrava e conseguir ajuda. Foi quando tropeçou e acabou caindo em uma poça de lama. Mesmo com muita dificuldade, a dor em seu útero, o sangramento que não parava, ela levantou e continuou correndo, até ouvir barulho de carro, seu corpo tremia assustada com os últimos acontecimentos, as forças quase se esgotando, mas precisava tentar, não podia se acovardar agora. No entanto, podia ser Adam, já a sua procura. ……………. No chalé Adam terminou sua ligação e voltou para dentro confiante que seu plano era a prova de falhas, porém tudo mudou quando entrou no quarto e viu que Diana não estava mais. O chalé era pequeno, não havia outros cômodos a não ser o banheiro, mas ela não estava lá. Telefona novamente para Jenny que fica nervosa ao saber a fuga de Diana. Adam a acalma e pede que ligue para Marissa. — Crie alguma desculpa mas, descubra se Diana , entrou em contato em ela. Ela não tem para quem ligar a não ser Marissa. Me avise se souber de alguma coisa. Adam se recompôs e deu início ao seu novo plano. Procurar Diana como um marido preocupado, pois sua esposa teve um surto psicótico depois de chegar no chalé, eles estavam lá para comemorarem a gravidez e a promoção da esposa. Caso alguém a encontrasse, seria a desculpa perfeita. Desceu a montanha até chegar em seu carro, e começou a dirigir, ela não poderia ter ido muito longe, estava frio, escuro, ela muito fraca, e poderia ter facilmente caído do desfiladeiro, seria um acidente e tudo estaria resolvido. Continuou dirigindo devagar, observando a estrada, não era comum passar muitos carros para aqueles arredores, haviam casas de veraneio, mas, nessa época era muito difícil ter movimento por lá. De repente adam escuta movimentos vindos dos arbustos próximo à estrada, fica alerta, para ver se é Diana, os barulhos aumentam e Adam já se prepara, no banco do carro há uma maleta com alguns frascos, luvas e seringas, dentre eles um paralisante. Adam comprou especialmente para usar em Diana caso o sonífero não fizesse efeito e ela desse trabalho. Ele pensou em tudo, o paralisante não só a deixaria paralisada por fora, mas iria fazer seus órgãos pararem, mas antes causaria um ataque cardíaco, e não seria detectado em nenhum exame de sangue, se ela fosse submetida. Claro que tinha um plano B. Dessa vez ele quer se certificar que ela não vai fugir novamente. ………….. Seu corpo dando sinais que iria desfalecer, ela reuniu as poucas forças que lhe restavam e quando o carro se aproximava correu ficando bem na frente, fazendo o carro parar bruscamente. Ali, Diana desmaiou.