Depois de mais um dia de trabalho, Ava estava indo para o apartamento de Gabriel, já que dormiria lá como haviam combinado dias antes. Comprou um doce que ele gostava numa confeitaria próxima e seguiu direto para o prédio dele, usando sua própria chave para entrar.
Assim que empurrou a porta do apartamento, Ava ouviu uma risada feminina vinda da sala. Instintivamente parou.
De onde estava, podia ver claramente: uma jovem sorridente abraçava Gabriel com entusiasmo. Ela parecia espontânea, iluminada por alguma vitória pessoal. Gabriel estava de pé, surpreso e sorrindo com a reação. A moça, brasileira como ele, tinha feito amizade com Gabriel no trabalho e, desde então, fazia aulas de canto semanais com ele após o expediente. Ava sabia disso — ele sempre fora transparente — mas ela nunca havia presenciado nenhuma dessas aulas, tampouco conhecia a garota.
A jovem, eufórica, dizia:
— Eu consegui cantar sem errar nenhuma nota! Finalmente! — E o abraçou novamente, com naturalidade, como se a