O CEO que eu odiava Amar
O CEO que eu odiava Amar
Por: Taize Dantas
Justiça

Danielle

Olhei para o estado em que minha amiga se encontrava e senti a raiva me consumir. Aquilo era inadmissível e eu faria o que estivesse ao meu alcance para que a justiça fosse feita naquele caso. Eu mesma iria garantir aquilo. 

— Como você conseguiu esse vídeo, Talita? — Perguntei em um tom de voz que exprimia tranquilidade, apesar de tudo. 

— Enviaram para mim, de um número desconhecido. — Ela falou entre soluços. — E eu já tentei falar com a pessoa, mas está sempre desligado ou fora da área de cobertura da operadora. 

Fiquei considerando as suas palavras e me perguntando quem poderia ter interesse naquela situação ao ponto de gravar um vídeo do marido da Talita a traindo e enviar o conteúdo para ela. 

— Eu estou tão decepcionada com o Miguel, amiga. — Ela repetiu pela enésima vez, as lágrimas jorrando de seus olhos em uma proporção arrasadora. — Como ele pôde me trair dessa forma? 

— Eu compreendo o seu desgosto, Talita. Mas isso não ficará assim, eu te garanto. 

A Talita era minha amiga desde quando éramos crianças e estudamos na mesma escola, e mesmo sendo pessoas totalmente diferentes uma da outra, sempre mantivemos nossa amizade. 

Pelo menos até a Talita casar com o homem mais importante do ramo de vestuário do país e nossas vidas terem tomado rumos totalmente distintos, algo que me deixou um pouco triste, pois sempre senti certa dificuldade em fazer novas amizades e o fato de ter perdido a minha melhor amiga, foi essa a sensação mesmo, a de perda, teve grande impacto na minha vida naquele momento. 

Mesmo quando eu tinha saído do ensino médio diretamente para a universidade, pois havia conseguido obter nota suficiente para cursar Direito no Rio de Janeiro, e a Talita optou por seguir a carreira de modelo, uma vez que não desejava prosseguir com os estudos naquele momento de sua vida, ainda assim nós tínhamos conseguido manter contato constante e a amizade de sempre. 

Mas depois de a Talita ter conhecido Miguel Pontes isso aconteceu e nós havíamos perdido totalmente o contato uma com a outra, algo que me surpreendeu bastante e só voltamos a nos encontrar novamente há apenas algumas semanas, quando a minha amiga me ligou, convidando-me para jantar com ela, pois andava se sentindo muito sozinha. 

Estranhei bastante a sua ligação e ainda mais a sua fala, visto que até onde eu tinha conhecimento de sua vida, ela era casada e como a Talita sempre foi cheia de amigos, diferentemente de mim, que sempre a tive como a minha única e melhor amiga, uma vez que só existia ela mesmo, ela estar se sentindo sozinha me espantou grandemente.

Diante da total ausência de vida social e por não ter muitas oportunidades de sair com amigos, uma vez que estes não existiam, eu aceitei de imediato o seu convite.

Somente após o nosso encontro para jantar, foi que eu passei a ter conhecimento de tudo o que ela vinha enfrentando ao lado do marido e fiquei realmente chocada quando ela me contou sobre a sua relação com Miguel Pontes e que aquilo que todos viam nas redes sociais e nos sites especializados em gente rica e famosa era nada mais que apenas mídia mesmo.

A realidade era bem diferente de tudo aquilo e eu ficava cada vez mais abismada com as suas revelações, e ao saber que o seu marido a havia proibido de várias coisas, como por exemplo, trabalhar, como modelo ou qualquer outra coisa, exigindo que ela fiDanie sempre a sua espera no apartamento que cobertura em que moravam na Barra da Tijuca.

Outra proibição que me deixou ainda mais indignada é que ele também não aceitava que ela tivesse amizades, mas ele mesmo vivia saindo com amigos, principalmente com o seu melhor amigo que era advogado e quando perguntei quem seria, ela me contou que se tratava de Eduardo Dornelles e eu reconheci o nome de imediato, mas, até onde eu o conhecia, ele era um cara decente, mas enfim.

Às vezes, se era um excelente profissional e um indivíduo horrível, isso era um fato inegável.

Como se tudo o que ela me contou já não fosse o bastante para que ela tivesse pedido o divórcio há mais tempo, Talita disse ter suspeitas de que ele a estava traindo desde o início do casamento e, desde então, nós voltamos a amizade de antes.

Aquilo havia acontecido há mais ou menos duas semanas e quando, para minha consternação total, ela veio até o meu escritório aos prantos, após ter descoberto que ele realmente a estava traindo, pois havia recebido um vídeo que comprova a sua suspeita, fiquei realmente triste pela Talita.

Eu sabia o quanto ela era completamente apaixonada por seu marido, pois ela mesma havia me dito aquilo tanto no momento em que eles iniciaram a relação, e eu pude sentir por sua alegria naquele dia, que ela estava realmente muito feliz em casar com Miguel, assim também como ela repetiu diversas vezes em todas as vezes que nos encontramos nos últimos dias. 

— O que você deseja fazer agora?

Eu precisava perguntar, mesmo desejando que ela exigisse o fim do casamento, eu não poderia interferir no que ela realmente desejava fazer, quando eu mesma já havia conversado sobre como aquela relação era abusiva e como ela não precisava se submeter aqueles absurdos que o marido a submetia.

— Eu quero o divorcio! Não fico mais nenhum dia sequer ao lado de um traidor covarde.

— É o que deve ser feito, Talita. 

Analisei a situação, mas sempre tentando manter a distância profissional, aquilo não era completamente possível.  A Talita era minha amiga e eu gostava muito dela e deduzi que ela iria requerer que eu fosse sua representante naquele processo.

Contudo, por mais que eu possuísse um laço de amizade tão grande com uma das partes, o meu trabalho dependia do quanto eu poderia aparentar neutralidade, principalmente em uma situação de conflito de interesses como os meus casos normalmente eram e eu tinha convicção que o processo de divórcio da Talita não seria diferente.

- Quero que seja a minha advogada, Dani.

Não me surpreendi com o pedido e estava até mesmo me preparando para tal, pois pretendia que ela fizesse algumas exigências para compensar tudo o que Miguel Pontes a fez passar.

Desde que ela começou a falar, eu já entendi que desejava a minha ajuda profissional e nada mais justo que eu, sua melhor amiga, para defender os seus interesses nessa situação. 

Eu tinha conseguido galgar alguns degraus na minha profissão e agora era considerada uma das melhores na minha área, algo que eu havia me esforçado muito para conseguir e já estava colhendo os frutos do reconhecimento ao meu trabalho.

Mas além de toda a dedicação que eu tinha à minha carreira, eu também era uma pessoa bastante sensata e sempre analisava muito bem os casos que eu iria defender. Jamais entraria em algo que eu mesma não acreditava. Meus princípios estavam acima de tudo.

— Eu preciso saber de todos os detalhes antes de poder aceitar o seu caso, Talita. Não quero que a nossa amizade afete o meu julgamento da situação. Mas caso eu não possa ser sua representante, indicarei alguém que seja tão bom quanto eu.

— Mas eu quero a minha amiga ao meu lado nesse momento, Dani! — A Talita choramingou, levantando e batendo o pé de uma forma muito infantil como só ela conseguia fazer.

— Eu estarei, com toda a certeza. Mas não necessariamente como sua advogada. - Falei de maneira honesta. — Vamos, se acalme e me conte tudo sobre a sua relação com Miguel Pontes. Eu também gostaria de saber se vocês têm algum tipo de pacto antenupcial.

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