...Camila...
O resto do final de tarde seguiu em silêncio. Depois que Marcos sumiu, a tensão ainda pairava sobre nós como um vento frio que ninguém conseguia ignorar. Caminhamos um pouco mais, só para disfarçar o susto, até que Dante, sempre gentil, ofereceu carona para Juliana.
— Eu te levo — disse ele, com a voz mais baixa, como se não quisesse quebrar o que havia nascido entre eles naquele dia.
Juliana aceitou com um aceno e um olhar breve na minha direção, como se dissesse: “Eu estou bem. Vai cuidar de você agora.”
Ethan me levou para o seu apartamento, sem pressa, como se o dia tivesse nos sugado por inteiro. Assim que trancamos a porta, tirei as sandálias e encostei na parede da sala, tentando me acalmar.
— Quer um chá? — ele perguntou, vindo até mim.
Balancei a cabeça. Eu não queria chá. Nem vinho. Nem distração. Queria sentir segurança. Queria me esconder em algo que me fizesse esquecer aquele olhar de Marcos, aquele sorriso estranho que ainda doía.
Ethan ficou me observando p