59. O Homem Que Eu Achava Conhecer
— Quando você vai começar a fazer as malas? — Alexander perguntou, quebrando o silêncio no carro. O rádio anunciava que era 1h30 da manhã, e eu me perguntava por que ele parecia tão casual ao jogar essa bomba.
Entre as muitas decisões que ele tomou naquela noite (e que, claro, eu concordei sem muita escolha), estava a de voltarmos à mansão para uma espécie de “avaliação”. Como era conveniente para mim economizar com aluguel e outras despesas, não tive coragem de me opor, mas meu espírito gritava em protesto. Voltar a morar com os meus sogros? Eu preferia enfrentar uma horda de advogados corporativos.
Olhei para as luzes da rua do lado de fora e respondi com a voz mais neutra que consegui:
— Uns três ou quatro dias. Preciso encontrar um lugar para guardar os móveis.
— Não precisa. Só arrume suas roupas e deixe o apartamento como está. O resto fica.
A naturalidade na voz dele me irritou antes mesmo de eu processar o que ele estava dizendo.
— Como assim, fica?
— O apartamento