Sr. Carter narrando
O vento cortava com força, levantando poeira e folhas secas conforme a gente saía pela porta principal do casarão. A Antonela chorava baixinho nos braços do Anthony, já longe da confusão, eu todo suado, os olhos ardendo de dor, mas com uma firmeza que eu reconhecia. Olhei pro meu filho tinha a mesma postura que eu. Isso é sangue Carter. É o instinto gritando.
— Estevão — ele chamou, a voz grave e direta. — Leva ela pro helicóptero. Tira a arma da cintura… protege a minha filha com a tua vida. — Falou entregando Antonela nos braços do Estevão.
Estevão concordou sem perguntar nada e saiu apressado, cobrindo a cabecinha da menina com a manta.
Anthony então me olhou, sem dizer muita coisa. Mas eu entendi. Algo queimava dentro dele. A raiva. O instinto. A necessidade de terminar o que começou. Ele tirou a arma da cintura engatilhou.
— Pra onde você tá indo, filho? — perguntei, caminhando dois passos atrás.
— Cortar o mal pela raiz. — respondeu seco, e puxou a arma.
Não