— Seu natal é sempre assim? — Gabriel perguntou.
— Assim como?
— Agitado. — ele falou e então se apressou em completar: — Não estou criticando! É apenas muito diferente do que estou acostumado.
— Bom, sim. Na verdade, está faltando minha bisa.
— Sua bisa? Bisavó?
Afirmei com a cabeça.
— Ela... Se foi? Eu sinto muito.
— O quê? Não! — Abri os olhos e bati no balcão de madeira três vezes. — Não, Deus me livre e guarde! Ela está viajando, vai voltar só ano que vem.
Gabriel soltou o ar sem graça e sorriu.
— Ah, que bom! Vocês são próximas? — Gabriel mudou de assunto desajeitado.
— Somos, foi ela que me criou desde que me entendo por gente. É ela quem sempre esteve lá por mim, passando por muitas dores de cabeça para resolver todos os problemas que eu me metia.
— Engraçado, acho que isso... — Gabriel levantou a corrente prateada que ligava seu pescoço ao meu pulso. — É uma das dores de cabeça que ela está ajudando a resolver?
Desviei o olhar e mordi os lábios.
— Bom, não acho